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Instituto Periférico lança caderno do Patrimônio sobre a cozinha

O projeto Cozinha Mineira Patrimônio, desenvolvido pelo Instituto Periférico desde 2021, finaliza a sua primeira etapa com a entrega de publicações e produtos de audiovisual para fortalecer as ações de valorização e difusão da cultura alimentar de Minas Gerais. Todos os materiais possuem distribuição gratuita e podem ser acessados pelo site do projeto.

A primeira publicação é uma edição dos Cadernos do Patrimônio Cultural sobre “Os sistemas culinários da cozinha mineira: o milho e a mandioca”. A publicação periódica é organizada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e a atual edição foi especialmente realizada pelo Instituto Periférico, como parte do projeto Cozinha Mineira Patrimônio, reunindo os principais elementos históricos, antropológicos, geográficos e sociológicos que perpassam a configuração da cultura alimentar das mineiras e dos mineiros. Esse volume também destaca o papel das mulheres negras na cozinha, a relação entre o alimento e a religiosidade e as diversas formas de sociabilidade mediadas pela cozinha mineira.

Os Cadernos do Patrimônio Cultural têm o objetivo de valorizar e difundir bens culturais reconhecidos como patrimônio cultural de Minas Gerais e configuram-se como uma consolidação mais resumida e até mais acessível do dossiê, documento também organizado pelo projeto Cozinha Mineira Patrimônio, em uma cooperação técnica entre Instituto Periférico e Iepha-MG, para embasar o registro do bem como patrimônio cultural imaterial feito em julho de 2023.

Também como parte das entregas do projeto, o Instituto Periférico produziu uma cartilha que servirá como apoio para professores de todo o estado durante o trabalho com o conteúdo relativo à patrimonialização de bens, em especial os sistemas culinários do milho e da mandioca. Além da apresentação de conceitos e categorias essenciais para o campo do patrimônio, a cartilha sugere atividades para as disciplinas presentes no Ensino Fundamental, incluindo formas de avaliação, e será acompanhada por um vídeo que poderá ser utilizado por professores e estudantes.

Outros produtos que integraram o projeto são dois videodocumentários, 32 filmetes promocionais, além dos vários eventos promovidos para construção coletiva do plano de salvaguarda e discussão sobre a cultura alimentar em Minas Gerais. O primeiro videodocumentário já foi lançado à época do registro dos sistemas culinários da cozinha mineira e integra o conteúdo do dossiê técnico. O segundo, intitulado “Cozinha mineira: identidade, cultura e resistência”, aborda a importância dos quintais, a criação de memórias à beira do fogão, as presenças indígena e africana nas técnicas e nos pratos tipicamente mineiros e a necessidade de preservação dos territórios, especialmente aqueles ocupados por povos e comunidades tradicionais.

Os 32 filmetes tratam de temas variados como os livros de receita, o queijo e a identidade dos mineiros, a doçaria de Minas Gerais, o café, a herança da cana-de-açúcar, os alimentos do sertão mineiro, os sistemas agrícolas tradicionais, as comidas de devoção e muitos outros aspectos que constituem a cozinha mineira.

De acordo com a coordenadora do projeto, Luciana Praxedes, o lançamento deste Caderno do Patrimônio, juntamente com os demais produtos, marca a finalização da primeira etapa de um longo trabalho. “Inúmeros parceiros contribuíram para a execução de diversas ações e todo esse apoio demonstra como a cozinha mineira une as pessoas, seja em volta da mesa ou à beira do fogão a lenha, seja nos quintais ou nos mercados. Que venham, em breve, novas etapas do projeto para que possamos ampliar o reconhecimento de outros bens culturais que também fundamentam o ser mineiro”.

A presidente do Instituto Periférico, Gabriela Santoro, destaca que, “participar da elaboração dessa edição dos ‘Cadernos do Patrimônio’ representa, para o Instituto Periférico, mais uma oportunidade para honrar e valorizar a cozinha mineira, esteio da cultura do nosso estado. É, também, um momento para reverenciar as cozinheiras e os cozinheiros, os agricultores familiares, as quitandeiras e doceiras, as mestras e os mestres e todos aqueles que vêm construindo, ao longo dos últimos séculos, os saberes que transformam a oferta da terra nos mais variados sabores e aromas que preenchem nossas mesas e nossas memórias”.

O projeto Cozinha Mineira Patrimônio possui patrocínio da Gerdau, da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig), por meio da Lei de Incentivo à Cultura, do Governo Federal, e parceria da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), firmada por meio de acordo de cooperação técnica entre o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) e o Instituto Periférico.

Foto Cozinha Mineira – Crédito Bellini Andrade

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