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Cantora Ana Rodrigues lança carreira autoral com o single “Muda”

Com 23 anos de experiência como intérprete, aos 42 anos de idade, artista encara lançamento como uma virada em sua vida e em sua carreira

Com uma carreira de mais de 23 anos como intérprete, Ana Rodrigues lança, com o single “Muda”, sua carreira autoral, pelo selo Música aos Montes. Aos 42 anos de idade, mãe e na maturidade pessoal e profissional, a cantora lança seu single de estreia que abre caminhos para o lançamento de um álbum com previsão para novembro. O lançamento simboliza um processo de virada na vida da cantora.

A música foi gravada em parceria com o bandolinista, violonista e compositor Marcos Frederico, que produziu e gravou os instrumentos de harmonia. A parceria com o artista foi extremamente importante para essa nova fase. Segundo Ana Rodrigues, foi essa colaboração que a motivou a gravar suas músicas autorais.

Ao contrário de um dos possíveis sentidos do título da canção (calada, silenciada), o lançamento da cantora belo-horizontina é um grito de transformação, após uma separação dolorida. Alguns bichos, quando crescem, abandonam a carcaça, e é esse sentido de troca de pele que perpassa “Muda”. Em síntese, a composição retrata a força dessa mulher que pela música se expressa e se liberta do que limita sua existência.

Na biologia, o termo se refere ao momento em que alguns animais, como artrópodes e répteis, desprendem-se do seu exoesqueleto (estrutura quitinosa e rígida que protege o seu corpo). O uso do termo não foi por acaso, Ana Rodrigues também concilia a música com a profissão de bióloga. “Assim que eu me sinto: em expansão. Deixando a couraça pesada para trás e me abrindo para um novo tempo, o tempo da música, da poesia e do amor pela minha trajetória e a mulher que sou hoje.” diz a cantora.

Na arte, a cantora encontra essa capacidade de se transformar sempre que preciso, abanando couraças para trás. Na fase da separação, escreveu diversos poemas. Segundo ela, aos poucos, o processo de canalizar a dor em arte a salvou. “Nos destroços do naufrágio de mim, foi na música que me agarrei para não afundar”, escreve em um dos poemas, que inspiraram as composições do disco.

Mistura de referências e vivências

  O single, assim como o álbum, traz como bagagem as vivências, os contatos e as referências que acumulou ao longo da vida. “Muda” ressalta, assim, uma identidade híbrida. Em uma sonoridade dançante, a música mistura bandolim e guitarra baiana com elementos eletrônicos. Além disso, traz influências dos diversos artistas com quem trabalhou durante todo esse tempo, como os irmãos Beto e Wilson Lopes e participações especiais como a de Juarez Moreira, na gravação da segunda faixa do disco.

Carol Figueiredo, diretora executiva do selo Música aos Montes, define a longa experiência de Ana no meio musical como um grande diferencial. “Ela tem uma personalidade fortíssima, é uma mulher que faz e acontece, é super bem relacionada, o álbum vem estrelado, com composições em parceria com todos os contatos incríveis que coleciona da estrada”, comenta.

 

Em 2013, Ana criou o bloco de carnaval “Bem te Viu, Bem te Vê”, que no ano seguinte constituiu o grupo musical “Orquestra Bem te Viu”, com direção musical de Wilson Lopes, que dirigiu musicalmente Milton Nascimento por mais de 30 anos. Desde 2016, realiza com os irmãos apresentações interpretando clássicos do jazz. Em 2022, criou a banda Coisas da Rita, um trabalho em homenagem à cantora Rita Lee.

 

Filha de tecladista, sobrinha de baterista e produtor fonográfico, cresceu em meio à produção artística. É neta dos dois artistas que inauguraram a rádio novela em Minas Gerais, donos de um dos estúdios mais antigos de BH: o Estúdio Gênesis. Foi professora de forró, quando o gênero dominava Belo Horizonte, tirando desse período muitas referências que seguem até hoje atravessando seu trabalho.

 

Lançamento na maturidade

 

Em uma sociedade etarista, lançar uma carreira autoral na maturidade é um desafio. Hoje, progressivamente, é discutido como o envelhecer, principalmente da mulher, é encarado de forma negativa nos discursos, imagens e espaços sociais. O single vem, então, como um símbolo de resistência a essa estrutura e ao pensamento estagnante de que há momentos em que já é “tarde demais” fazer certas coisas.

 

Segundo a compositora, lançar um trabalho nessa fase da vida, ao contrário, tem uma potência, que advém principalmente do autoconhecimento. “Essa troca de pele está acontecendo, exatamente, porque estou sendo capaz de deixar para trás personagens que eu fui vestindo, ao longo da minha vida, para poder caber em espaços que eu acreditava que eram meus. E isso, eu acho que eu só estou conseguindo fazer agora, pela música, por ser a mulher que sou hoje” relata.

 

Sobre o Música aos Montes

 

Responsável pelo lançamento do single, o Música aos Montes é um selo musical localizado entre os mares de morros da cidade de Belo Horizonte-MG. Fundado por Carol Figueiredo em parceria com Dan Oliveira, o MaM participa ativamente na formação de artistas em que enxerga alto potencial. Segundo Ana, o MaM é mais que um selo, é “uma incubadora potente, porque está antenado nas tendências, na renovação da música e tem um trabalho de gestão de carreira e gestão das plataformas que é fundamental hoje para que um artista se consolide”.

 

O foco estilístico do MaM gira em torno dos gêneros Nova MPB, Jazz, Pop Rock e Pop Leve. De início como produtora musical, o projeto se destacou pela expertise da dupla de músicos mineiros que o lideram. A iniciativa hoje oferece um ecossistema fechado, oferecendo assistência da composição à divulgação, em parceria com a Sony e com a Symphonic Distribution.

 

Além da masterização e distribuição, o Música aos Montes também cria palcos itinerantes espalhados pela cidade para apresentações periódicas de seus artistas – divulgando novidades e disseminando cultura. Já foram realizadas apresentações no Santerê, no Bar do Museu Clube da Esquina e, ultimamente, no Vento Leste. Todo o trabalho do selo visa aquecer ainda mais o cenário musical de Belo Horizonte, impulsionando talentos mineiros a crescerem como profissionais

 

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Crédito Foto: JP Sofranz

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