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seg, 10 fevereiro 25

Métodos contraceptivos hormonais de longa duração

Ginecologista da Unimed Araxá aponta alternativas e efeitos

A gravidez não planejada é um problema de saúde pública atingindo um grande número de mulheres no Brasil e no mundo. Segundo a ginecologista da Unimed Araxá, Ingrid Chaves Maneira, a taxa de gravidez não planejada no Brasil é de cerca de 62% em pelo menos uma gestação das brasileiras. “A gravidez não planejada não está associada apenas com repercussões negativas na saúde materno- fetal, mas também a fatores econômicos e sociais”, ressalta.

 

Alterações

Entre as alterações mais observadas estão:

– A não realização de um pré-natal adequado

– A não interrupção do consumo de álcool, tabagismo e drogas durante a gestação

– ⁠O aumento da incidência de aborto, prematuros, baixo peso do recém-nascido

– ⁠ Menor chance do aleitamento.

Além disso, estas mulheres apresentam duas vezes mais chances de problemas psiquiátricos como depressão e suicídio. “Por tudo isto, os contraceptivos de longa duração devem ser abordados. Hoje abordaremos os contraceptivos de longa duração (LARC – Long-Acting Reversible Contraceptive) hormonais”, explica.

Opções

Entre as opções estão:

. SIU-LNG – 52 mg

. SIU-LNG- 19,5 mg

. Implante etonogestrel – 68 mg

Em comparação com os métodos de curta duração, os LARC são superiores em eficácia propiciando taxas de gravidez menores que 1 % ao ano.

O implante de etonogestrel apresenta taxa de falha de 0,05% com duração de 3 anos.

O SIU-LNG 52 mg- como contraceptivo pela diretriz atual pode permanecer 8 anos.

SIU-LNG 19,5 mg- 5 anos

Eles estão indicados para todas as mulheres que desejam contracepção eficaz, incluindo adolescentes, mulheres que nunca engravidaram, no pós-parto ou pós-aborto ou presença de doenças que contraindiquem o uso de estrogênio.

Mecanismo de ação:

– Muco cervical espesso e hostil a penetração do espermatozoide, inibindo sua motilidade no colo, útero e tuba uterina, não permitindo a fertilização do óvulo.

– ⁠A alta concentração do levonorgestrel, que é a progesterona liberada impede a resposta do estradiol circulante com forte efeito sobre o endométrio inibindo a ação mitótica do endométrio e este se torna atrófico.

De forma geral, a mulher acaba ficando em amenorreia (não menstrua) em 20% a 30%, e o fluxo diminui em mais de 90% das usuárias.

Além disso, as medicações:

– Aumentam a concentração da hemoglobina tratando a anemia.

– ⁠Tratam sangramento uterino anormal

– ⁠Reduzem o número de Histerectomias (retirada do útero).

– ⁠Proporcionam proteção do endométrio, no caso de reposição hormonal.

– ⁠Minimizam os efeitos do tamoxifeno sobre endométrio.

 

Efeitos adversos:

– Acne- 12%

– ⁠Ganho de peso – 7%

– ⁠Humor depressivo – 5 %

– Cefaleia- 5% a10%

– ⁠Escape menstrual- depende do ano de uso, com o tempo vai diminuindo.

Todos estes efeitos podem ser controlados com medicações e em poucos casos terá a necessidade de retirar o método.

Complicações:

São raras mas podem acontecer.

– Expulsão do SIU

– ⁠Dor pélvica ou sangramento irregular

– ⁠Perfuração do útero

– ⁠Gravidez

– ⁠Gravidez ectópica (fora do útero).

 

SIU de menor dosagem hormonal

Sobre o SIU de menor dosagem hormonal – 19,5 mg:

– Chegou no Brasil em 2020.

– É indicado para mulheres que nunca engravidaram, adolescentes, adultas jovens e todas mulheres com útero saudável.

– Este método tem duração de 5 anos.

 

Implante de etonogestrel.

– Contém 68 mg de etonogestrel

– Duração de 3 anos

– Inserção subdérmica na porção posterior do braço não dominante, abaixo do sulco entre bíceps e tríceps.

Ação:

– Inibe a ovulação.

– ⁠Alteração do muco e endométrio.

A fertilidade retorna 7 dias após a retirada do método.

 

Conclusão:

Os métodos contraceptivos de longa duração, no caso SIU/LNG e implante de etonogestrel, representam uma alternativa eficaz e segura para a prevenção da gravidez. Oferecem alta taxa de adesão e comodidade para as usuárias. “Além de sua longa duração e eficácia comprovada, esses métodos contribuem para a autonomia reprodutiva e redução de gestações não planejadas. No entanto, é fundamental que sua escolha seja baseada em uma avaliação individualizada levando em consideração fatores clínicos e preferências pessoais, acesso à informação de qualidade para garantir que a mulher encontre o método mais adequado às suas necessidades”, conclui a médica.

 

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