Neste ano, o primeiro bloco formado somente por crianças e adolescentes de Belo Horizonte apresenta seus artistas mirins como super-heróis! A exibição das alas de percussão e dança na figura dos principais personagens vistos nos cinemas e nas histórias em quadrinhos desperta o protagonismo das crianças como agentes mobilizadores na luta contra as desigualdades dentro das comunidades periféricas em que residem.
A iniciativa estende seu diálogo para a atuação dos órgãos de segurança durante a folia a partir da realização de blitzes educativas para a distribuição de materiais infográficos com orientações preventivas a respeito de episódios que ainda são recorrentes durante a folia como o uso abusivo do álcool, consumo de drogas e todas as manifestações da violência sejam elas sexual, psicológica ou étnico-racial.
O desenvolvimento dessas ações conta com o apoio do serviço “Juventude e Polícia”, uma iniciativa não institucional realizada pelos militares lotados na 128ª Cia do 22º BPM e coordenado pelo Sgt Johnny, o qual é membro fundador do Bloco Show. Desde 2004 são realizadas atividades culturais que se apresentam para os jovens dos aglomerados como uma alternativa contrária ao envolvimento com o tráfico, inserindo na educação dos beneficiários novas possibilidades nas diversas carreiras artísticas.
O Expresso Bloco Show é viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura com patrocínio da Tambasa Atacadistas, uma realização da BS Produções Artísticas junto ao Ministério da Cultura. Com essa oportunidade, as crianças integrantes do projeto são capacitadas durante todo o calendário anual como agentes de prevenção para identificar pessoas em situação de violência, seja ela física ou psicológica. A ideia surgiu após a denúncia de duas integrantes que descobriram uma colega de sala em situação de maus tratos em casa. O caso foi amplamente divulgado na mídia e resultou na quebra do ciclo de violência ao qual a vítima estava submetida há dois anos com a prisão dos autores.
Os 120 percussionistas e bailarinos do Bloco Show se concentram a partir das 13 horas na rua Sergipe em frente ao número 879 e seguem até a Avenida Cristóvão Colombo/ esquina com Alagoas, protagonizando expressões artísticas fundamentadas na diversidade etnográfica afro brasileira com um repertório que difunde as influências da música negra para fora dos aglomerados a fim de exteriorizar os sucessos do samba-reggae que carregam o apelo social contra o preconceito racial.