A trombose venosa profunda, infelizmente, é uma uma patologia cada vez mais popular e a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), confirma essa realidade ao divulgar mais de 489 mil brasileiros internados por esse motivo, nos últimos onze anos. Contudo, a condição não é uma situação comum apenas no Brasil e, nem mesmo, se restringe a pessoas pouco ativas, sendo que uma das vítimas mais recentes foi um atleta.
Mesmo com uma importante luta marcada, o lutador de UFC, Dominick Reyes – top 15 em sua categoria – teve de se retirar do combate, devido a um diagnóstico posterior, confirmado como trombose. A situação era tão grave que ele correu risco de morte, porém, após o início do tratamento, com o uso de anticoagulantes, a expectativa é uma melhora suficiente para voltar a treinar em alguns meses.
A trombose é a formação de coágulos de sangue nas veias, podendo ocorrer em diferentes locais, sendo, principalmente, nos membros inferiores, área em que a circulação sanguínea é mais lenta. Normalmente, alguns dos principais fatores de risco estão na genética, envelhecimento, obesidade, consumo de anticoncepcionais, álcool, tabaco, sedentarismo, cirurgias e viagens longas.
Contudo, se Dominick é um atleta com uma rotina de prática de atividades físicas e alimentação balanceada, então, como exatamente, desenvolveu a trombose? A resposta está exatamente no tipo de esporte praticado.
Afinal, a verdade é que qualquer atleta está sujeito a sofrer com traumas, devido à repetição de movimentos, esforço e a luta em si, envolvendo o contato direto, com fortes pancadas na região e com potencial de lesionar. Ou seja, apesar de apresentarem menos riscos, por serem saudáveis, os atletas não estão isentos de sofrer com esse tipo de problema.
A trombose tem a tendência de desenvolvimento, a princípio, silencioso e, à medida que o problema se torna mais grave, surgem os primeiros sintomas. As pessoas começam a perceber que o membro acometido fica inchado, tem a tendência de mudar de coloração, para um tom mais avermelhado, se tornando quente e, a sensação de dor e queimação também são frequentes, notadamente, ao se movimentar.
O maior risco está na evolução para um embolia pulmonar, inclusive, podendo levar à morte. A condição decorre de coágulos que podem se desprender do local de formação e se mover pela circulação em direção aos pulmões. O desconforto no peito, falta de ar, tosse com sangue, pressão baixa, frequência cardíaca alterada, tontura e desmaios são sinais comuns, indicadores para ir a um hospital rapidamente.
A trombose amplia o risco de sofrer uma embolia pulmonar e também pode levar a outras complicações, como a insuficiência venosa crônica, decorrente de um problema nas válvulas das veias, cuja função é controlar o fluxo sanguíneo, afetando o retorno do sangue ao coração. O problema deixa o membro com coloração marrom-avermelhada, apresentando inchaço, descamação e úlceras.
Em caso de dúvida ou aparente inchaço, a recomendação é marcar uma consulta com um cirurgião vascular para avaliação e caso necessário realizar exames, analisando as origens do problema.
O diagnóstico positivo indica início imediato de tratamento com a prescrição de medicamentos, podendo, em alguns casos, ser resolvido com procedimentos cirúrgicos. As meias de compressão também podem ser usadas, mas requerem indicação médica, conforme a pressão necessária para cada situação.
Para evitar a trombose, é preciso ter uma vida mais ativa, uma dieta balanceada, manter a hidratação e, de preferência, nunca fumar. As pessoas devem estar cientes do histórico familiar e se preocupar em manter uma rotina de exames.
Os atletas, em específico, precisam estar atentos às lesões, estabelecendo um bom diálogo com sua equipe e focados em avaliações regulares, evitando surpresas em vésperas de competição.