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sex, 11 julho 25

Teatro retrata a primeira greve durante a ditadura militar

Dirigida por Gabriel Vinícius, peça cumpre temporada em julho, em Contagem, com entrada franca

Espetáculo que resgata a greve metalúrgica de 1968, a primeira durante a ditadura militar brasileira, volta a ser encenado na cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A peça “Parem as Máquinas”, do coletivo Núcleo Cena Crítica, poderá ser vista nos dias 4 e 5 de julho, às 20h, na Funec Inconfidentes (Praça Marília de Dirceu, 20, Inconfidentes), e nos dias 6, às 20h, e 7 de julho, às 19h, no SindMetal (rua Camilo Flamarion, 55, Jardim Industrial).

Dirigida por Gabriel Vinícius e inspirada no documentário “1968: A Greve de Contagem” (2018), do argentino Carlos Pronzato, “Parem as Máquinas” transporta o público para o momento exato em que os operários da siderúrgica Belgo-Mineira deflagraram a primeira greve sob a ditadura militar, exigindo um reajuste salarial de 25%. O ato, devidamente revisitado pelo coletivo Núcleo Cena Crítica, foi um marco de resistência contra um regime autoritário que corroía os salários e reprimia a organização sindical. Na época, cerca de 1.200 trabalhadores cruzaram os braços, desafiando as leis e desencadeando uma série de mobilizações, que movimentaram mais de 15 mil pessoas, tanto na RMBH, quanto em João Monlevade e no Vale do Aço.

“Esse espetáculo tem uma profundidade histórica muito grande: ele vai direto na ferida! Durante a greve, ainda não havia promulgado o AI-5. Então, nesse período, entre 1964 e 1968, em que algumas coligações de esquerda e intelectuais ainda conseguiam operar, formou-se a intenção e a esperança de que a ditadura fosse possível de ser derrubada”, explicou o artista, garantindo que a montagem foca na coragem e na determinação dos trabalhadores. “É uma peça de agitação, que serve de instrumento de revisitação da história para que a gente consiga, inclusive, ao olhar o passado, enxergar os momentos em que a gente teve pequenas vitórias mesmo nesse período difícil. Essa foi a primeira greve vitoriosa durante o regime, foi uma luta que, apesar de não conseguir todas as reivindicações que ela queria, conseguiu uma conquista nacional”, completa ele.

“Parem as Máquinas” traz no elenco Gabi Vieira, Manu Macedo, Jéssica Luiza Cardoso, Cristiano Nery e Douglas Martins. A produção executiva é de Pabs Andrade, e a trilha-sonora de Chedinho. A circulação do espetáculo conta com recursos do Edital 003/2023 Paulo Gustavo: Outras Linguagens, e a passagem da peça pelo Sindicato dos Metalúrgicos de BH e da Região Metropolitana (SindMetal) terá um sentido ainda mais especial, pois a entidade de luta completa 90 anos neste ano de 2024.

HISTÓRICO. A greve de 1968 terminou no 11º dia. A ação dos trabalhadores forçou o regime militar a conceder um abono de 10%, marcando a primeira brecha na política de arrocho salarial imposta pela ditadura. Esse episódio, que voltou a ganhar vida por meio do Núcleo Cena Crítica, serve como um importante lembrete do impacto da ação coletiva e da resistência organizada. “Foi um movimento muito específico, porque foi uma ação que aconteceu sem chamado sindical, até porque o sindicato estava sob intervenção e estava operando na clandestinidade, então foi de forma espontânea. Os próprios trabalhadores, munidos já de uma certa politização e da violência da Ditadura, acabaram decretando a greve e começam a tomar todas as fábricas da cidade a ponto de num dado momento, no auge das manifestações, haver 15 mil trabalhadores parados”, explica Gabriel.

SERVIÇO

ESPETÁCULO “PAREM AS MÁQUINAS”

4 e 5 de julho (quinta e sexta), às 20h

Funec Inconfidentes (Praça Marília de Dirceu, 20, Inconfidentes)

Entrada Gratuita

6 e 7 (sábado e domingo), às 20h e às 19h

SindiMetal (rua Camilo Flamarion, 55, Jardim Industrial)

Entrada Gratuita

Ingresso no Sympla: www.sympla.com.br/produtor/nucleocenacritica

Mais informações: @nucleocenacritica

Cenario Minas
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