As Múltiplas Camadas do Ser de Cassius Klay, título apropriado para as 10 canções, seu conteúdo é diverso e plural. Influências claras e óbvias, Clube da Equina, George Harrison, The Beatles, Led Zeppelin e Skank, o trabalho é consistente e cativante. Aqui, Cassius Klay reúne vários músicos e amigos de Três Pontas-MG e do sul de Minas, o espírito colaborativo remete a “…E a gente Sonhando” (2010), álbum de Milton Nascimento (que Cassius Klay e boa parte dessa turma participou)
Cassius Klay apresenta um conjunto de sonoridades que dialogam entre o passado e o presente da música mineira e do Rock.
Cassius Klay está lançando na sexta-feira, 01 de novembro, pelo selo Paraíso que Sonhei Records, no formato digital (plataformas de música), seu segundo álbum, As Múltiplas Camadas do Ser.
Traz seus últimos singles, acrescido de uma faixa-bônus, a inédita gravação de A Terra, o Céu e o Mar (gravada com Ark2 e Bruno Morais).
No dia 16 de Novembro, Cassius Klay se apresentará e lançará o álbum no prestigiado Ummagumma Classic Rock Festival 6º edição, dia 16 de Novembro em um palco de grandes proporções, acompanhado por uma super banda (Felipe Kuringa, Heitor Branquinho, Fernando Marchetti e Eduardo Mendonça) em Três Pontas(MG).
Conectado com a cidade de Três Pontas há cerca de 25 anos, Cassius Klay se recorda que o vínculo nasceu no crucial ano de 1999, quando foi morar em uma república formada por amigos e estudantes da cidade, enquanto cursava Direito em Poços de Caldas(MG). Nesse período, começou a tocar na noite e realizou sua primeira gravação em estúdio profissional com suas canções.
De lá para cá, muita água passou por debaixo da ponte e Cassius Klay se tornou um artista com presença no rádio, “criei uma grande rede de contatos, desenvolvi um verdadeiro trabalho de escritório, minhas canções já tocaram em todas as partes do Brasil, de Rio Branco a Uruguaiana, nos extremos de nosso país, e sem essa de pagar Jabá, existem ainda muitos radialistas que simplesmente escutam sua música, e se gostarem vão inserir na programação” e continua “olha, tenho captadas transmissões em mais de 300 emissoras de Rádio, está tudo lá no meu Instagram” se orgulha e arremata “fiz amigos pelo Brasil Teresina, Joinville, Corumbá, Teixeira de Freitas, Caieiras, Pirapora, Porto Seguro, Caxias… A lista é grande, melhor parar”.
Faixa à faixa – As Múltiplas Camadas do Ser
Deserto Árido (e assim vem o sol) – Na primeira metade Inspirada no George Harrison e em My Sweet Lord, já na parte final foi pensando em Beto Guedes e O Sal da Terra. Gravei essa com Guilherme Cabral (LaTuya, 34 Blues, Gabriel Guerra) no baixo, teclados e guitarra base e na bateria Ricardo Costa (Monday Talks), eu fiz os solos de slide-guitar. A canção traz uma metáfora sobre o excesso de luz, que pode cegar a quem a ela for acometido. Uma memória marcante foi quando cantei no violão Deserto Árido na casa de Jorge Vercillo, em um encontro com Milton Nascimento (fui com ele), Pedrinho do Cavaco, Dudu Falcão e outros convidados. Momento marcante!
Pro bem DNA Terra – Compus há muitos anos quando morava em Poços de Caldas, inspirado por uma reportagem sobre o futuro da camada de ozônio. Durante a composição, ao avistar um beija-flor em meio a outros na varanda, tive um momento de conexão com o pássaro e com a natureza, que me motivou a finalizar a canção. Importante destacar Felipe Kuringa, figura essencial na minha trajetória e ele tocou a maior parte do instrumental nessa canção, além da guitarra-solo, gravou baixo, violão, backing vocal, guitarras.
O Colar de Bárbara – Compus após uma inspiradora noite musical no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG). Na ocasião com apresentações de Ismael Tiso, Tutuca, Clayton Prosperi (meus amigos) e da cantora Bárbara Barcellos (que também admiro). Desenvolvi a parte musical e então convidei João Marcos Veiga (letrista, jornalista, músico…), também presente na noite anterior, para cuidar da letra. Naturalmente tive que chamar meus amigos Tutuca, Clayton, Ismael e Fernando Marchetti, que juntos formam o supergrupo Compasso Lunnar, eles foram os responsáveis pelos arranjos e ainda criaram um belo interlúdio no meio da canção. Muita influência do Som Imaginário, Lô Borges, Dave Mason e Yes.
Diamante num Jardim – Eu acredito no poder da música, vou morrer crendo na força que uma canção pode exercer.
Escrevi essa canção com 20 acordes (risos), algo inconcebível até então! Diamante num Jardim tem um lance Milton Nascimento nos anos 2000, de seu álbum Pietá. Gravei com a turma de Poços, Guilherme Cabral nas guitarras e baixo, Rodrigo de Almeida nos teclados e João Paulo Ayres na bateria.
A Gata Azul – A canção reflete o desejo que tive por uma mulher que amava felinos, e transformei essa inspiração em uma letra que descreve “uma gata em forma de gente”. A música tem um tom animado e leve, mas com toques de sensualidade. Os Titãs e Sonífera Ilha são as referências aqui. Para a gravação, trouxe meus velhos amigos do Ark2 para mandar um rock’n’roll de primeira. Guitarra, baixo,bateria Felipe Kuringa, Bruno Morais e Paulo Loures para inflamar o ambiente.
Bem me quer, Mal me quer – Inicialmente a música apenas deixando fluir a parte musical, de forma espontânea, tem certos ecos harmônicos de Dois Rios e do Skank. A letra foi feita em parceria com meu amigo Heitor Branquinho onde dissertamos sobre os extremos entre o querer e a repulsa. Heitor toca o violão e canta a maior parte da canção, eu faço a voz principal em uma das estrofes, além de todos os b.vocals e da mais elaborada slide-guitar que já gravei até os dias de hoje, bem na linha da carreiro-solo do mestre George Harrison.
Tragam as Crianças Estelar – Essa foi uma canção totalmente escrita meio a meio com Fernando Marchetti. A letra clama por uma intervenção intergaláctica embasada na pureza e na utopia que tem influência de Lô Borges e do Clube da Esquina. É uma canção com mensagem apocalíptica, sua estrutura cadencia tudo em um vislumbre do que pode estar por vir de fora da Terra.
Na gravação somos eu, Fernando e Guilherme Cabral.
Água Viva – O álbum começa aqui, escrevi “Água Viva”, uma pequena homenagem ao mestre Milton Nascimento, até então eu só compunha Rock, mas neste momento as coisas mudaram, Milton, Lô, Beto Guedes e o Clube da Esquina entraram de vez no meu DNA, veja esse trecho “..canta tudo aquilo que o povo todo sonha e ponha, alegria, pão e vinho, amor no coração” claramente foi feita para o Bituca (apelido do Milton), e ainda tem essa dinâmica inconscientemente inspirada em Credo (Milton Nascimento/Fernando Brant). Ismael Tiso toca todos os instrumentos com a exceção do solo de flauta que foi o Clayton Prosperi.
A Terra, o Céu e o Mar – Aqui a cada verso apresentado eu quis citar de uma forma inusitada cada um dos planetas do nosso sistema solar. Essa nova versão eu canto a primeira e meu amigo Bruno Morais (Ark2,Ummagumma -The Brazilian Pink Floyd, O Bando) gravou o vocal na parte onde a canção evolui e se transforma num rock mais pesado com influência do Led Zeppelin e de Stairway to Heaven. A letra é pretensiosamente um ultimato aos terráqueos. Novamente aqui o Ark2 cuidando do instrumental, Ismael Tiso fez o órgão e um dos violões, já o Clayton Prosperi se juntou a mim e ao Felipe Kuringa no coro.
Paraíso que Sonhei – Em um sonho tive a visão do paraíso, meu coração palpitava: vastos gramados verdes, colinas e três pequenos castelos coexistindo em harmonia à direita. À esquerda, um disco voador parado em uma gruta, então resolvi entrar na nave, pouco depois escuto sons de movimento, claro me preparei para um confronto. No entanto, três meninos com cerca de 11 anos se puseram a minha frente, abaixei a guarda e para resumir ainda mais, ouvi suas explanações, mensagens e orientações, embora não me recorde de nenhuma palavra do que eles disseram. O sonho me deixou profundamente emocionado e perplexo, claro influenciou para a criação dessa música, que tanto gosto. Estou na Slide-guitar do começo ao fim da canção e Ark2 incendiando mais uma vez com seus instrumentos e o toque do piano do Clayton Prosperi..
Aqui na redação ouvimos As Múltiplas Camadas do Ser – Cassius Klay, o álbum é simplesmente lindo, diversificado e emocionante. Recomendamos que ouça sem moderação. Dia 01 de Novembro em todas as plataformas de música