Em um dia já marcado pela celebração do Dia do Queijo Artesanal de Minas, os produtores do estado têm ainda mais motivos para comemorar. Foi anunciado que durante o Festival do Queijo Artesanal de Minas, que será realizado entre os dias 13 e 15 de junho, no Expominas, em Belo Horizonte, o governador Romeu Zema, o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e diretor-geral do Instituto Mineiro de Agricultura (IMA), Antônio Carlos de Moraes, assinarão a portaria que regulamenta a produção do Queijo de Casca Florida Natural (foto).
A conquista é resultado de um árduo trabalho conjunto entre o Sistema Faemg Senar, o IMA, produtores e pesquisadores. A minuta do regulamento, elaborada após um processo de consulta pública, visa atender às necessidades do setor queijeiro, assegurando, ao mesmo tempo, a qualidade e segurança alimentar do produto.
Para o gerente de Relações Institucionais e Governamentais do Sistema Faemg Senar, Altino Rodrigues Neto, a regulamentação do Queijo de Casca Florida Natural é um passo importante para o fortalecimento da identidade do produto mineiro para a valorização da produção artesanal de queijo no estado.
“Essa é uma vitória dos nossos produtores. Praticamente todas as sugestões que fizemos foram aceitas e farão parte da portaria a ser publicada”, comemora.
Sobre o Queijo de Casca Florida Natural – O Queijo de Casca Florida Natural é um queijo artesanal tradicional de Minas Gerais, feito com leite cru de vaca e maturado por no mínimo 30 dias. Sua característica marcante é a casca florida, formada por uma camada natural de mofo branco comestível que confere ao queijo um sabor e aroma únicos.
Frank Barroso Mourão é presidente Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal e destaca o papel da regulamentação para garantir a qualidade e a integridade dos produtores ao comercializarem o produto.
“A portaria trará para nós, produtores, o ordenamento da produção, da maturação e da comercialização do queijo. Ajudamos a criar as normas para essa cadeia produtiva funcionar até chegar na mesa do consumidor. Queremos ver o queijo formalizado e regulamentado nas prateleiras de Minas Gerais, do país e do mundo, mostrando a qualidade do queijo mineiro”, afirmou.
Minas, Berço dos Queijos Artesanais – Minas Gerais ostenta uma das mais antigas tradições queijeiras do país, com métodos de produção que remontam ao século XVIII e são transmitidos de geração em geração. O estado concentra 9 mil produtores de Queijo Minas Artesanal, responsáveis pela produção de cerca de 40 mil toneladas anuais.
Atualmente, 30 mil produtores mineiros garantem a produção anual de 40 mil toneladas de QMA, fonte de renda para diversas famílias rurais. O modo artesanal da fabricação do QMA foi registrado como patrimônio cultural imaterial brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Hoje, 112 queijarias estão registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) com o Selo Arte, o que permite a comercialização em todo país. O objetivo do Governo de Minas é ampliar o número de queijarias registradas, retirando o produtor da informalidade, e aumentar o número de microrregiões reconhecidas como produtoras de queijo artesanal.
As dez regiões reconhecidas pela produção do Queijo Minas Artesanal são: Araxá, Canastra, Campos das Vertentes, Cerrado, Serra do Salitre, Serro, Triângulo Mineiro, Serras da Ibitipoca, Diamantina e Entre Serras da Piedade ao Caraça.
Dia dos Queijos Artesanais de Minas
Os queijos artesanais de Minas Gerais representam uma tradição gastronômica que vai além das fronteiras do estado, sendo reconhecidos nacional e internacionalmente. O Dia dos Queijos Artesanais de Minas Gerais, oficialmente celebrado em 16 de maio, destaca a relevância cultural e culinária dessa iguaria e homenageia toda a cadeia produtiva responsável por colocar na mesa dos consumidores um dos produtos mais apreciados do país.
A data comemorativa antecede a realização da sexta edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas, um dos principais eventos do setor, promovido pelo Sistema Faemg Senar e pelo Sebrae Minas, entre os dias 13 e 15 de junho, no Expominas (av. Amazonas, 6020 – Gameleira), em Belo Horizonte.
A programação do festival, que será divulgada em breve no site oficial do evento, inclui diversas atividades como: palestras e seminário técnico, oficinas de harmonização, Agenda de Relacionamento, escolha do melhor queijo do evento, além da venda de produtos da agroindústria mineira. Haverá ainda a degustação de pratos preparados por chefs renomados, que utilizarão os queijos produzidos em 13 regiões do estado como ingredientes principais.
De acordo com o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo, o Dia dos Queijos Artesanais de Minas Gerais é uma data fundamental para reconhecer uma tradição que tem impacto decisivo em diversas frentes, como econômica, social e cultural. “É um dia para parabenizarmos os produtores rurais pelo trabalho que encanta paladares muito além das fronteiras nacionais. O queijo mineiro é um produto de excelência, que sai do campo, das diferentes regiões do nosso estado, para conquistar o mundo”, ressalta.
O sabor dos queijos artesanais varia de acordo com a região onde é produzido, sendo influenciado pela altitude, pelas características do solo, pelo clima, pelo tipo de vegetação, pela água, entre outros fatores que propiciam sabores únicos aos queijos de cada parte do estado.
“Minas Gerais tem uma grande diversidade de produtos, regiões, saberes e fazeres, e, não por acaso, o Sebrae Minas segue apoiando territórios que apresentam um forte vínculo com seus produtos, buscando o seu desenvolvimento. Também atuamos na identificação, disseminação e reconhecimento da identidade das origens produtoras, buscando o reposicionamento das regiões e a valorização dos queijos, do produtor e do território”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
QUEIJO MINAS ARTESANAL – O famoso Queijo Minas Artesanal (QMA) é uma das muitas variedades de queijo artesanal produzidas em Minas Gerais. Feito com o leite cru (in natura), sem pasteurização, segue processos tradicionais de produção em pequenas propriedades.
O Queijo Minas Artesanal é reconhecido internacionalmente como um dos melhores queijos do mundo. O seu ‘modo de fazer’ leva o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. A expectativa é que a iguaria também seja reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em dezembro deste ano.
A importância econômica, social e gastronômica da iguaria
No Dia do Queijo Artesanal de Minas, celebrado em 16 de maio, o Centro de Referência do Queijo Artesanal (CRQA) apresenta os saberes e sabores dos queijos artesanais mineiros a um grupo de diplomatas da União Europeia e de seus estados membros. A comitiva será recebida com uma visita guiada à Exposição Permanente sobre Queijo Artesanal, seguida de degustação dos diferentes tipos de queijos mineiros produzidos em Minas. Serão recebidos também pelos alunos do Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias – INHAC, escola social de gastronomia integrada ao CRQA. A delegação ficará quatro dias no estado para conhecer as potencialidades e áreas de interesse comercial e estratégico e estreitar relações.
A diretora executiva e fundadora do Centro de Referência do Queijo Artesanal, Sarah Rocha, destaca a importância do queijo mineiro como um produto de excelência que contribui para enaltecer a gastronomia brasileira para o mundo. “Há uma grande expectativa para este ano do reconhecimento pela Unesco do modo de fazer o queijo artesanal como Patrimônio da Humanidade. O interesse da delegação europeia para conhecer o Centro de Referência, mais sobre o queijo e a gastronomia mineira reforça que estamos no caminho certo e vamos continuar trabalhando para a difusão e valorização dos produtos mineiros”, disse.
Queijo Artesanal de Minas
Símbolo da gastronomia e um dos grandes motores da economia de Minas, o queijo artesanal mineiro gera renda e emprego para cerca de 30 mil famílias em centenas de municípios do estado. Sobre sua relevância para Minas e para o mundo, o especialista em queijo artesanal de leite cru e consultor do Centro de Referência, Elmer de Almeida, destaca que além do queijo artesanal ser uma expressão cultural mineira, tem grande importância econômica e social para o estado. “Os queijos artesanais de Minas movimentam recursos financeiros em vários municípios de todas as regiões. Socialmente, os produtores se agrupam em associações que fortalecem o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva”, disse Elmer. Segundo ele, Minas tem se destacado no cenário internacional, ganhando muitos prêmios, principalmente na Europa, “o que tem valorizado ainda mais a nossa produção local”, completou.
O Cerrado é a maior região produtora de Queijo Minas Artesanal do estado. Ela é composta por 19 municípios, responsáveis por mais de 30% de tudo que é produzido. Atualmente, há 15 regiões reconhecidas como produtoras dos queijos artesanais em Minas. Em 2008, o queijo artesanal de leite cru foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal como Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco foi oficializada em 2022 e reforçada no ano passado pelo Governo de Minas. Se confirmado, este será o primeiro produto da cultura alimentar do Brasil a ter o título.
Mais sobre o Centro de Referência
O Centro de Referência do Queijo Artesanal integra, junto ao Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias – INHAC, um centro cultural e gastronômico inédito no país. É um espaço multiuso localizado no bairro Olhos d’Água, em Belo Horizonte (MG), idealizado para a valorização da cozinha mineira, seus saberes e sabores, com o foco no queijo artesanal, um patrimônio imaterial do estado. Reúne uma Exposição Permanente sobre o Queijo Artesanal, uma loja colaborativa com produtos mineiros de excelência, a primeira biblioteca do estado dedicada à gastronomia, anfiteatro para eventos diversos, área de convivência e sala de aula completa com cozinha didática, para atividades formativas em temas de cultura e gastronomia. Seu projeto arquitetônico, assinado pelo arquiteto português radicado no Brasil, José Lourenço, foi selecionado entre os 30 melhores projetos dos países de língua portuguesa, na categoria Arquitetura e Cultura, pela Revista Arch Daily.
Recebe escolas públicas e privadas agendadas e visitantes que queiram aprender um pouco mais sobre a importância do queijo artesanal. Está aberto à visitação gratuita nas quartas e sextas, das 14h às 18h.
O Centro de Referência do Queijo Artesanal e o Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (INHAC) contam com patrocínio da Gerdau, Claro, Cemig, Instituto Unimed-BH, Ventana Serra, EPO, Espaço 356, Geosol, CBMM, LOG, SDS Siderúrgica e Terrayama. A realização é do Ministério da Cultura e do Governo de Minas Gerais, por meio das leis Federal e Estadual de Incentivo à Cultura.