A Temporada 2024 se inicia com a imersão no papel da orquestra na arte operística. No dia 2 de março, às 18h, na Sala Minas Gerais, a Filarmônica de Minas Gerais apresenta os Pilares da ópera alemã, com algumas das mais famosas aberturas de ópera criadas naquele país: do classicismo de Mozart e Gluck ao romantismo extremo de Wagner, culminando com uma das primeiras experimentações no gênero feita por Richard Strauss, um dos compositores homenageados nesta temporada. A regência será do maestro associado da Filarmônica de Minas Gerais, José Soares. Os ingressos estão à venda no site www.filarmonica.art.br e na bilheteria da Sala.
Este projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Governo de Minas Gerais, com patrocínio da Porto Seguro e Prodemge, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Apoio: Circuito Liberdade e Programa Amigos da Filarmônica. Realização: Instituto Cultural Filarmônica, Secretaria Estadual de Cultura e Turismo de MG, Governo de Minas Gerais, Ministério da Cultura e Governo Federal.
Maestro José Soares, regente associado da Filarmônica de Minas Gerais
Natural de São Paulo, José Soares é Regente Associado da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde 2022, tendo sido seu Regente Assistente nas duas temporadas anteriores.
Venceu o 19º Concurso Internacional de Regência de Tóquio (2021), recebendo os prêmios do júri e do público na competição.
Iniciou-se na música com sua mãe, Ana Yara Campos. Estudou Regência Orquestral com o maestro Claudio Cruz, em um programa regular de masterclasses em parceria com a Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo. Participou como bolsista nas edições 2016 e 2017 do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, sendo orientado por Marin Alsop, Arvo Volmer, Giancarlo Guerrero e Alexander Libreich. Recebeu, nesta última, o Prêmio de Regência, tendo sido convidado a atuar como regente assistente da Osesp em parte da temporada 2018, participando de um Concerto Matinal a convite de Marin Alsop.
Foi aluno do Laboratório de Regência da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo convidado pelo maestro Fabio Mechetti a reger um dos Concertos para a Juventude da temporada 2019. Em julho desse mesmo ano, teve aulas com Paavo Järvi, Neëme Järvi, Kristjan Järvi e Leonid Grin, como parte do programa de Regência do Festival de Música de Parnü, Estônia. Ao final de 2021, recebeu o prêmio da crítica da Revista Concerto na categoria “Jovem Talento”.
No Japão, regeu as orquestras Sinfônica NHK de Tóquio, New Japan Philharmonic, Sinfônica de Hiroshima e Filarmônica de Nagoya. Conduziu também a Osesp e a MÁV Symphonie Orchester em Budapeste.
Soares é Bacharel em Composição pela Universidade de São Paulo. Em 2024, tem concertos agendados com a Sinfônica Jovem de São Paulo e com a Orquestra de Câmara de Curitiba.
Repertório
Como em praticamente todas as demais expressões da música orquestral, a influência dos artistas e compositores alemães no desenvolvimento da arte operística é incontornável. Seja nas reformas propostas por Gluck em meados do século XVIII ou nos famosos leitmotivs wagnerianos do final do Romantismo, as inovações surgidas em terras germânicas foram responsáveis por expandir e ressignificar as linguagens da ópera, abrindo horizontes e consolidando tendências.
Ao longo deste primeiro concerto da série Fora de Série na Temporada 2024, vamos percorrer, em ordem mais ou menos cronológica, a história da ópera na Alemanha a partir de alguns compositores fundamentais – nomes que, não por acaso, estão entre os mais conhecidos de toda a música ocidental. Começamos com Mozart.
Wolfgang Amadeus Mozart (Salzburgo, Áustria, 1756 – Viena, Áustria, 1791) e a obra A Flauta Mágica, k. 620: Abertura (1791)
Para muitos, Wolfgang Amadeus Mozart foi e ainda é o maior mestre que já existiu no drama lírico. Nos últimos dez anos de sua breve vida, quando se fixou em Viena, escreveu algumas das óperas mais influentes e amadas de todo o repertório, entre elas A Flauta Mágica. Estreada em outubro de 1791, dois meses antes de sua morte, trata-se de uma demonstração perfeita do domínio de Mozart sobre todos os caminhos que a ópera havia trilhado até aquele momento. Sua famosa Abertura funciona como um vislumbre da admirável diversidade de estilos articulados no restante da peça, especialmente em suas dinâmicas contrastantes e na riqueza dos timbres orquestrais.
Christoph Willibald Gluck (Erasbach, Alemanha, 1714 – Viena, Áustria, 1787) e a obra Orfeu e Eurídice: Dança dos espíritos abençoados (1762)
Alguns anos antes do furacão mozartiano, o alemão Christoph Willibald Gluck foi uma referência importante nas cenas artísticas vienense e parisiense com suas reformas ao modelo dominante até então, a chamada opera seria italiana. Em 1762, compôs Orfeu e Eurídice, uma ópera curta para os padrões da época, que abandonava as árias longas em prol de canções mais contidas e personagens mais humanos. A dança dos espíritos abençoados, que marca a chegada de Orfeu aos Campos Elíseos, acena para a tradição operística francesa, com sua escrita inspirada em balés.
Carl Maria von Weber (Eutin, Alemanha, 1786 – Londres, Inglaterra, 1826) e a obra Oberon: Abertura (1825/1826)
Carl Maria von Weber foi um nome fundamental no processo de consolidação de uma ópera com caráter tipicamente germânico, criando personagens, situações e músicas que refletiam e reafirmavam a identidade de seu povo. Sua produção no primeiro quarto do século XIX, quando a Alemanha ainda não era um Estado unificado (algo que só viria a se concretizar em 1871), exerceu grande influência em Wagner. Oberon, apesar da temática medieval britânica, apresenta bem um modo alemão de pensar a composição instrumental e vocal nas décadas iniciais do Romantismo europeu, ainda que com certa sobriedade.
Ludwig van Beethoven (Boon, Alemanha, 1770 – Viena, Áustria, 1827) e a obra Fidelio: Abertura, op. 72c (1814)
A tradição assentada com Weber tem um antecedente fundamental em Fidelio, a única ópera composta por Ludwig van Beethoven. Na quarta e última abertura que criou para essa obra, o gênio de Bonn opta por uma abordagem mais coesa, que apenas alude ao trabalho central. Seu sucesso ajudou a consagrar o Singspiel, uma forma lírico-dramática tipicamente alemã que alterna o teatro falado com números musicais intercalados, geralmente escrita em linguagem mais coloquial e com melodias de apelo folclórico e popular.
Richard Wagner (Leipzig, Alemanha, 1813 – Veneza, Itália, 1883) e a obra Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Isolda (1857/1859)
Richard Wagner, talvez seja o compositor de óperas mais influente dos últimos 200 anos. Um inovador como poucos na história da música, Wagner criou trabalhos transgressores e ambiciosos, nos quais perseguia o seu próprio conceito de Gesamtkunstwerk, a “obra de arte completa”. Tristão e Isolda, escrita em 1859, é um exemplo exuberante de seus famosos leitmotivs – frases ou fragmentos musicais recorrentes na obra, melódicos ou harmônicos, que são associados a um personagem, lugar, objeto ou ideia. Seu Prelúdio contém o muito estudado “acorde de Tristão”, elemento dissonante que abriu portas para a música atonal das décadas posteriores, e a canção Morte de Isolda escandalizou ouvintes da época com sua sugestividade erótica, além de ser uma demonstração notável da filosofia wagneriana em relação ao emprego das árias e do recitativo.
Richard Strauss (Munique, Alemanha, 1864 – Garmisch-Partenkirchen, Alemanha, 1949) e a obra Guntram, op. 25: Prelúdios dos Atos I e II (1888/1893, revisão 1934/1939)
Guntram é a primeira ópera de Richard Strauss. Escritos por volta de 1893 e revisados posteriormente na década de 1930, os prelúdios de Guntram expõem com inegável transparência a forte influência de Wagner no trabalho do jovem Strauss. São peças menos conhecidas, mas que comprovam a arquitetura firme na qual a ópera, não só na Alemanha, mas em todo o globo, se ergueu – e também implodiu – ao longo do século XX.
Programa
Filarmônica de Minas Gerais
Série Fora de Série – Ópera alemã
2 de março – 18h
Sala Minas Gerais
José Soares, regente
MOZART A Flauta Mágica, K. 620: Abertura
GLUCK/Mottl Orfeu e Eurídice: Dança dos espíritos abençoados
WEBER Oberon: Abertura
BEETHOVEN Fidelio: Abertura, op. 72c
WAGNER Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Isolda
- STRAUSS Guntram, op. 25: Prelúdios dos Atos I e II
INGRESSOS:
R$ 39,60 (Mezanino), R$ 50 (Coro), R$ 50 (Terraço), R$ 72 (Balcão Palco), R$ 92 (Balcão Lateral), R$ 124 (Plateia Central), R$ 160 (Balcão Principal) e R$ 180 (Camarote).
Ingressos para Coro e Terraço serão comercializados somente após a venda dos demais setores.
Meia-entrada para estudantes, maiores de 60 anos, jovens de baixa renda e pessoas com deficiência, de acordo com a legislação.
Informações: (31) 3219-9000 ou www.filarmonica.art.br
Bilheteria da Sala Minas Gerais
Horário de funcionamento
Dias sem concerto:
3ª a 6ª — 12h a 20h
Sábado — 12h a 18h
Em dias de concerto, o horário da bilheteria é diferente:
— 12h a 22h — quando o concerto é durante a semana
— 12h a 20h — quando o concerto é no sábado
— 09h a 13h — quando o concerto é no domingo
São aceitos:
- Cartões das bandeiras Elo, Mastercard e Visa
- Pix