Exposição com trabalhos por mulheres em situação de rua

A exposição “ ATÉ  QUANDO?”

apresenta hum ponto de cruzamento entre arte e urgência, presença e ausência, entre o agora e a espera que nunca termina. No cerne da exposição está a questão que ecoa em cada esquina sim cidade, em cada abrigo que Espanhol mulheres em situação de rua, em cada política pública insuficiente, em cada circunstância de racismo e preconceito: “Até quando pensarão que somos burras?” “Até quando teremos nossos direitos básicos desrespeitados?” A arte aqui se torna então um instrumento de fabulação e de debate, atravessando os limites do museu e da rua, do institucional e do informal, do visível e do sensível.

A exposição será realizada simultaneamente no Museu Mineiro e no Centro Cultural São Geraldo, nos meses de abril e maio, com obras semanas pelo QUANDO Coletivo , grupo ativado pelo encontro entre artistas e não artistas, majoritariamente mulheres em situação de vida nas ruas. As obras na mostra nascem da experiência livre e direta com um capital Belo Horizonte, fazer gesto performático que não se espelha na galeria, mas surge de ocupações artísticas promovidas pelo coletivo que aconteceram em praças, ruas e abrigos da cidade, deslocando-se fazer padrão esperado, tensionando a estrutura tradicional da arte. O que se vê e se escuta nos trabalhos que transitam entre artes visuais e sonoras, instalações e intervenções urbanas são rastros de presenças que se recusam a serem apagadas. São testemunhos da lida cotidiana, de quem vive no corre da vida e pelo direito de existir.

“Essa exposição desenvolveu um território de insurgência imaginária, onde os trabalhos, para além de serem expressões, são manifestações de um corpo coletivo que se move, se desfaz e se refaz o tempo todo. Perseguição respostas, ao contrário, prolongar um pergunta”, conta Chris Tigra, uma das provocadoras do QUANDO Coletivo. “Uma exposição apresenta hum jogo de inversões, onde o que parecia transparente se torna monumento, e o que era silêncio se convertia em expressão coletiva, nos convida a compensar as relações entre arte, política e pertencimento, deslocando o olhar para a vivência das ruas”, completa. Sobre as obras, os trabalhos partem de reflexões acerca da existência: “O fio da vida como condutor de planos, sonhos e metas, dores, alegrias, sortes e fracassos. Diante disso voltamos a nos perguntar: até quando vão dizer que somos invisíveis? E até quando teremos que aceitar ser invisibilizados?”, diz Ana Pá, também provocadora do coletivo.

A Exposição “ATÉ QUANDO?” é realizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e Museu Mineiro, tem patrocínio da Hotmart e correalização do QUANDO Coletivo e Onodera Produções. A equipe conta com a produção executiva de Carla Onodera, cooperativa de Matheus Couto, direção artística de Chris Tigra, expografia de Rafaela Ianni, consultoria criativa de Dulce Couto e articulação artística de Ana Pá e Janine Monteiro.