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seg, 13 janeiro 25

Casa Fiat de Cultura inaugura exposição de Bracher

Após quase 10 anos da última exposição de Carlos Bracher em Belo Horizonte, a cidade ganha um presente especial em celebração pelos seus 127 anos: uma exposição inédita deste renomado pintor mineiro. “Belo Bracher Horizonte na Casa Fiat de Cultura” reúne mais de 60 obras do artistaentre pinturas em óleo sobre tela, aquarelas e desenhos a carvão, capazes de transportar o olhar para a força de suas pinceladas e de suas perspectivas singulares, impregnadas de cores e ficções. Com curadoria de Fani Bracher, esposa do artista, a mostra apresenta desde o primeiro quadro feito em Belo Horizonte, retratando o Parque Municipal, até as mais de 30 obras, criadas exclusivamente para a exposição, proporcionando uma visão, que é, ao mesmo tempo, pessoal e coletiva, das faces de Bracher em seus 84 anos de vida. A exposição, que conta com o patrocínio da CSN, fica em cartaz de 12 de dezembro de 2024 a 9 de fevereiro de 2025, com entrada gratuita. 

Carlos Bracher é mineiro, natural de Juiz de Fora, e um dos artistas plásticos mais prestigiados e premiados do Brasil. Ele escolheu Ouro Preto como local para viver, mas nutre profunda admiração por Belo Horizonte. A exposição é, então, a forma por meio da qual Bracher expressa seu amor pela capital mineira. Com suas obras, o artista convida o público a explorar a cidade sob uma nova perspectiva: cada pincelada, traduzida em cores, luzes e sombras, traz fragmentos da essência de BH, revelados por meio dos trajetos percorridos pelos olhos e pelo coração do pintor. 

“Belo Horizonte é minha quase cidade natal. Sou de uma terra muito querida por mim, Juiz de Fora, mas em BH estão minhas raízes eletivas, sensoriais e sensitivas. Eu sempre vim a BH para ter mais vida, mais fontes, mais sabedoria. Eu queria muito fazer essa homenagem, demonstrar minha gratidão à cidade e às pessoas”, afirma Bracher. 

As lembranças e a paixão pela capital se transformam em arte. Os registros destacam as paisagens, a arquitetura – por meio de símbolos icônicos da cidade –, e as personalidades que ajudaram a construir a identidade cultural de BH. Na exposição, o pintor estabelece um arco de tempo e vivências entre o seu primeiro quadro de Belo Horizonte, pintado em 1963, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, e os dois últimos, a Praça da Liberdade e o Museu Abílio Barreto, marcos do surgimento da cidade, que foram pintados ao ar livre. 

“Ao som da Nona Sinfonia (de Bethoven), Bachianas Brasileiras nº5 (de Villa Lobos) e da Paixão Segundo São Matheus (de Bach) surge a cidade de Bracher. São quadros tecidos na linha do tempo e no bordado colorido de suas memórias e afetos”, revela Fani Bracher, curadora da exposição. 

Com sobreposições de tintas, pinceladas densas e contrastes fortes, o artista – autodidata – apresenta ao público, 60 telas, sendo a maioria delas produzidas em 2024 para integrar a exposição. Entre as 37 obras inéditas estão a Praça da Liberdade e os prédios históricos ao seu entorno; estandartes que retratam, por exemplo, a banda mineira Pato Fu, o Grupo Galpão e o Grupo Corpo – representando sua conexão com a música, o teatro e a dança; e os símbolos da cidade, como o Viaduto Santa Tereza, a Praça da Estação e a Avenida Afonso Pena. 

Nomes importantes como Juscelino Kubitschek e Milton Nascimento, que sempre foram inspiração para o artista, estão representados nas telas das edificações do Complexo da Pampulha e no núcleo “Rostos da inspiração: retratos de arte e alma”. Outro destaque é a obra “Paixão segundo São João”, que foi pintada ao vivo durante a execução da obra de Bach por uma orquestra mineira, no dia 7 de abril de 2024. Esta tela poderá ser apreciada também em seu verso, por trazer recados afetuosos e dedicatórias – uma curiosidade à parte apresentada na exposição. Em um vídeo disponível na galeria da Casa Fiat de Cultura, o público ainda poderá conhecer mais detalhes sobre o artista e seu processo criativo. 

“Assim como Bracher, a Casa Fiat de Cultura também é movida pela arte. Mais do que uma homenagem a Belo Horizonte, esta é uma celebração, um tributo a este grande artista que, com seu entusiasmo e energia criativa, amplia seu legado indelével, que transforma e inspira a todos nós”, celebra o presidente da Casa Fiat de Cultura, Massimo Cavallo.

A expografia da mostra, desenvolvida pela arquiteta Erika Foureaux, foi inspirada no ateliê de Bracher, que fica em Ouro Preto, para criar um ambiente que conecta o público ao processo de criação e às inspirações do artista. Já as cores das paredes, em tons de marrom, verde, azul e roxo, foram escolhidas a partir das janelas da casa onde o pintor trabalha. Um cavalete, que faz parte da coleção pessoal de Bracher, também compõe o espaço e é uma verdadeira obra de arte pelo seu simbolismo e importância.   

O projeto do qual a exposição faz parte inclui um minidocumentário, que tem direção de Fred Tonucci e pesquisa iconográfica de Blima Bracher, e um livro, que serão lançados no final do período expositivo, completando a trajetória de Bracher. Todo projeto tem coordenação geral de Tatyana Rubim, da Rubim Produções, em colaboração com José Renato, da Portfólio. As fotografias são de Cristiano Quintino.

A exposição “Belo Bracher Horizonte na Casa Fiat de Cultura” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Companhia Siderúrgica Nacional, copatrocínio do Banco Safra, da Usiminas e da Sada. Tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas, do Programa Amigos da Casa, do eSuites e da Let’s Atlântica.    

Núcleos da exposição

A exposição “Belo Bracher Horizonte na Casa Fiat de Cultura” está dividida em núcleos, que apresentam a pluralidade das técnicas de Bracher e expressam sua conexão emocional com a capital mineira. 

O azul de Bracher

Bracher sempre encontrou na paisagem urbana a sua maior inspiração. A partir da Praça da Liberdade, um dos cartões-postais de Belo Horizonte, o artista pinta o que encontra em seu entorno: o prédio do IEPHA, as curvas de Niemeyer, as linhas do coreto projetado por Edgard Nascentes Coelho, o neoclassicismo das edificações tombadas e o prédio modernista da Casa Fiat de Cultura. 

Duas das obras que integram este núcleo, Praça da Liberdade e Museu Abílio Barreto, foram pintadas ao ar livre, sob o olhar do público, como uma forma de ilustrar a coexistência da arte e do artista em processo criativo. 

As obras que compõem este núcleo são: 

  • Museu Abílio Barreto (2024)
  • Praça da Liberdade (2024)
  • Prédio do IEPHA (2024)
  • Palácio da Liberdade (2022)
  • Antiga Secretaria do Interior e Educação | Prédio Rosa (2024)

Cenario Minas
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