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sex, 13 dezembro 24

Ayom faz show com Juliana Linhares em BH

Formado por artistas de diferentes países e liderado pela mineira Jabu Morales, grupo prepara o lançamento de seu segundo álbum autoral; apresentação em Belo Horizonte acontece no dia 1º de setembro, no Parque Municipal

“Navegantes musicais que atravessam o Atlântico Negro, de Angola ao Brasil, com uma identidade mediterrânea especial”. Assim se apresenta o Ayom, banda cuja mistura de linguagens e ritmos propõe, de fato, uma viagem sonora pela diáspora africana. Formado por seis membros de Angola, Brasil, Grécia e Itália, o grupo multicultural é liderado pela cantora e percussionista mineira Jabu Morales, figura conhecida da cena cultural de Belo Horizonte. Efervescente na Europa, a banda vem Brasil pouco antes de lançar seu segundo disco autoral, “SA.LI.VA.”, que chega às plataformas em setembro.

Os shows do Ayom acontecem em São Paulo, com participações de Kastrup e Alessandra Leão, no dia 29 de agosto, quinta-feira, às 21h30; e em Belo Horizonte, com participação da cantora potiguar Juliana Linhares, no dia 1º de setembro, domingo, no festival “Sensacional Celebra”, a partir das 13h, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti. Na capital mineira, o show da banda será a única atração internacional do festival. Os ingressos para o show de São Paulo custam a partir de R$35 e podem ser comprados neste link; para o show de BH, os ingressos custam a partir de R$40 e podem ser comprados neste link.

Baseado entre Lisboa (Portugal) e Barcelona (Espanha), o Ayom é formado pela brasileira Jabu, pelos italianos Alberto Becucci (acordeão) e Francesco Valente (baixo), pelo greco-romano Timoteo Grignani (percussões), e pelos angolanos Walter Martins (percussões) e Ricardo Quinteira (guitarra). O principal ponto de encontro entre os integrantes da banda é a paixão pelas culturas lusófonas negras e pela música brasileira, o que torna tão esperada a vinda ao país.

“Tocar no Brasil é nosso sonho desde a fundação do grupo. Compartilhamos uma imensa admiração pela cultura e pelo povo brasileiro; estive diversas vezes no Brasil tocando com minha família pelo SESI e em muitos festivais de teatros de bonecos, e voltar com este trabalho que me orgulha tanto é muito especial! Agradeço ao Ibermúsicas, que dá tanta esperança aos artistas com seus editais maravilhosos e tornou possível construir essa história”, afirma Timoteo, autor do projeto aprovado pelo Ibermúsicas.

Single e disco novo

Com dez faixas, “SA.LI.VA.” é o nome do segundo álbum do Ayom, que chega às plataformas digitais em setembro, após o lançamento de quatro singles-clipes. De abril a julho, o Ayom lançou os clipes de “Oxalá, Promessa do Migrante”; “Eu Me Quero Mais”, com a cantora potiguar Juliana Linhares; e “Io Sono Il Vento”, com o cantor português Salvador Sobral. O quarto e último é “Kikola n’goma”, que tem participação do cantor angolano Paulo Flores e vai ao ar no dia 23 de agosto, no canal da banda no YouTube. “‘Kikola N’goma’ é uma crítica à história contada nos livros sobre o descobrimento e a colonização, inspirada no universo que me formou, da capoeira e dos livros de folcloristas e etnólogos, que ganha força nas letras e no axé ancestral de Paulo Flores. Um grande artista, reconhecido pelo seu povo angolano e pelos portugueses por sua contribuição à música”, ressalta Jabu Morales.

“O abre-alas do trabalho tem muita magia. É uma canção-oração da utopia que acompanha quem parte, buscando força nas saudades e na esperança do retorno. Brinca com a raiz de Oxalá, ‘tomara’, que Deus queira, muito usada na Espanha (ojalá) e em Portugal (oxalá) que vem do árabe in shala. E também do orixá Oxalá, pai maior, benevolente e sereno”, continua a mineira. “O segundo é um frevo luxuosíssimo com arranjo de Henrique Albino, instrumentista pernambucano referência nacional do gênero, e com a voz da inspiradora Juliana Linhares, atualmente minha maior referência de cantora do Brasil. Profunda, potente, grande e deliciosamente real e generosa. Já o terceiro é um respiro em todos os sentidos. Um sopro! A única cover do disco, clássico de 1959 (Fanciulli/Testoni). É uma música extra com participação de Salvador Sobral, português apaixonado pelo Brasil, que também se apaixonou pela simplicidade e autenticidade da canção”, completa Jabu.

O disco tem produção musical do carioca Kastrup, que guiou o Ayom por aventuras sonoras entre o eletrônico e o orgânico. “A direção e a condução do Kastrup nos ajudaram a organizar o discurso. Ele balanceou bem a abertura para a sonoridade digital sem agredir nossa organicidade. Acompanhou o processo da construção do conceito até o fim com muito carinho e talento”, afirma Jabu sobre o trabalho do produtor, percussionista e instrumentista, que participa do show em São Paulo. Entre as referências e sonoridades pelas quais passeia o Ayom notam-se sembas, coladeiras, mornas, ritmos afro-peruanos, merengues e ritmos da música brasileira como forró e maracatu. “Passeamos com liberdade por muitos estilos, sem ficarmos presos numa só caixa”, pontua a cantora.

As canções abrem o diário pessoal de Jabu, compositora e letrista do grupo, abordando provocações de quem migra. “São letras sobre alguém buscando pertencer a um novo cenário; buscando encontrar o sagrado no ordinário de cada dia; buscando viver a música e a realização de cantar e emocionar, combinadas à potência despretensiosa, permanente e ‘normalizada’ de gestar e criar três crianças sem rede de família, do outro lado do Atlântico”, rasga a artista. “‘SA.LI.VA.’ é a fotografia sonora da nossa pulsão como ser humano. Conectar através da música e da emoção, antes de recorrer à linguagem; comunicar cruzando barreiras de idiomas, já que saliva é entendida a mesma palavra em português, italiano, inglês, francês, e espanhol; reforçar os pilares fundamentais de quem migra e precisa se entender como sujeito antes de coletivo”.

História e futuro

Formado em 2019, o Ayom surgiu do encontro entre Jabu Morales, Timoteo Grignani e Alberto Becucci. “Eu tive uma noite permanente de forró em Barcelona com um quarteto feminino e eles tinham um grupo de forró, Albe, Timo e Walter. Viajavam da Itália para Portugal, e passaram por Barcelona. “Tocamos juntos no show que eles fizeram e segui me encontrando o Albe. Comecei a compor com o Albe e nos meses seguintes me conectei também com o Timo. Desse tripé, nasceu o Ayom”, completa a artista, para quem a interseção de tantas referências distintas está na paixão pelas lusofonias.

“Eu trago o Brasil no meu manto, a força e a verdade da cultura popular como o tom da minha comunicação artística. Timo vem de família de teatro e circo, autodidata, fez-se na rua, supertalentoso e habilidoso em tudo. Albe é do mundo das trilhas para teatro, cinema e circo, de uma escola mais melancólica e ‘mediterrânea’, com uma escuta bem apurada e uma admiração por música antiga e poética. Ricardo é muito estudioso, amante do flamenco, da música brasileira, cara sensível, dos grooves intrigantes. Walter é cidadão do mundo, morou no Brasil, é DJ, forrozeiro, grande pesquisador de sons, eclético e comunicador. Francesco é etnomusicólogo, tem um programa de rádio em Lisboa, apaixonado por frevo e baixista concorrido de world music”, afirma a artista, ressaltando que Francesco não fará os shows no Brasil, que ficarão a cargo do mineiro Paulim Sartori.

Em 2021, veio o primeiro álbum do grupo, homônimo, que teve ampla divulgação e circulação internacional. “Foi um trabalho totalmente passional, o registro de um encontro explosivo, cheio de amor e informação. Foi dirigido pelo Maurício Ribeiro e, despretensiosamente, ganhou vários prêmios e um bom reconhecimento na imprensa internacional”, sublinha Jabu, citando premiações como “Melhor Grupo do Ano” e “Top 10 Melhor Disco de 2020”, pela revista “Songlines”; “Melhor Disco”, pelo selo German Kritic Records. O grupo fez apresentações prestigiosas em feiras como Womex e Transnacional, além de circular energeticamente ao longo desses anos. “Foram mais de 150 shows. Alguns verões insanos, 24 países em três meses de turnê, de Cabo Verde até a Noruega”, diz.

Para Jabu Morales, os shows no Brasil abrem uma nova fase do Ayom, que pretende voltar ao país em 2025, na turnê de “SA.LI.VA.”. “Queremos namorar o Brasil. Queremos ter o Brasil na nossa rota e vir uma vez ao ano semear nesta terra fértil e inspiradora. Eu quero que, como brasileira, o Brasil conheça o que faço por aqui há quase duas décadas. Que saiba que ando disseminando seus tesouros pelo mundo com minha música, com seus cantos que saem de minhas entranhas e seu ritmo que pulsa do meu coração”.

AYOM – SHOWS BRASIL 2024

O quê. Em São Paulo – Com Kastrup e Alessandra Leão

Quando. Dia 29 de agosto, quinta-feira, às 21h30

Onde. Casa de Francisca (R. Quintino Bocaiúva, 22 – Sé – São Paulo/SP)

Quanto. A partir de R$35. Venda online neste link

O quê. Em Belo Horizonte – “Sensacional Celebra” – Com Juliana Linhares

Quando. Dia 1º de setembro, domingo, a partir das 13h

Onde. Parque Municipal Américo Renné Giannetti

(Av. Afonso Pena, 1.377 – Centro – Belo Horizonte/MG)

Quanto. A partir de R$40. Venda online neste link

 

 

Cenario Minas
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