Nesta semana, 12 testemunhas foram ouvidas em audiências de instrução
O 1º Tribunal do Júri Sumariante da Comarca de Belo Horizonte ouviu 12 testemunhas (oito de acusação e quatro de defesa) em audiências de instrução e julgamento do caso do homem acusado de matar a própria mãe, em julho deste ano, no bairro Santa Amélia, na região da Pampulha, na Capital.
As audiências ocorreram na terça-feira (18/11) e nesta quarta-feira (19/11). Como a defesa insistiu na oitiva de mais uma testemunha, a juíza Ana Carolina Rauen Lopes de Souza marcou nova audiência para o dia 10/12, quando o réu será interrogado presencialmente.
Incidente de insanidade mental
No início deste mês, a magistrada havia negado o pedido da defesa de instauração de incidente de insanidade mental do acusado. A decisão afirmava que a instauração exige indícios concretos de que o réu não possuía plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato praticado.
Segundo a magistrada, não há elementos técnicos nos autos, como relatório médico, prontuário clínico ou estudo social que indique dúvida razoável quanto à sanidade mental do acusado.
“No caso em apreço, o simples relato do acusado acerca de problemas com jogos de aposta, ainda que existentes, não se mostra suficiente para presumir incapacidade mental, notadamente quando desacompanhado de qualquer documentação nesse sentido, tratando-se de situação que, por si só, não autoriza a instauração do incidente”, afirmou a juíza.
Denúncia
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o homem, de 32 anos, pela morte da mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, no dia 18/7 de 2025. Ele foi denunciado pelo crime de feminicídio, com emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima, e por ocultação de cadáver e fraude processual.
Conforme as investigações, o crime ocorreu na casa onde mãe e filho moravam. Inconformado com a recusa da mãe em arcar com dívidas de jogo, o acusado a teria estrangulado com um golpe de “mata-leão”.
A denúncia ainda narrava que, depois do crime, o acusado ocultou o corpo da vítima em local ermo na cidade de Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo só foi encontrado no dia 20/7.
O MPMG também acusou o réu de fraude processual por ter registrado boletim de ocorrência de falso desaparecimento. Além disso, ele utilizou o notebook da mãe para enviar mensagens a amigas da vítima simulando que ela ainda estaria viva.
Crédito: TJMG / Divulgação