A Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Lumiar e apoio cultural do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, realiza nos meses de novembro e dezembro, Ações Continuadas do Festival de Arte Negra de Belo Horizonte – FAN BH, oferecendo uma série de atividades gratuitas que vão além do evento bienal e que têm como objetivo fortalecer a cultura afro-brasileira e refletir a pluralidade das artes negras. Estão previstas oficinas de Afroempreendedorismo, Exposições itinerantes e Atividades formativas; Oficina de “Afroempreendedorismo”, ministrada pela professora, consultora financeira e mentora Ana Teles. De 22/11 a 14/12, ela vai passar pelos Centros Culturais das nove regionais da capital mineira.
As Ações Continuadas fazem parte de um movimento de expansão do FAN BH, que busca não só dar visibilidade à cultura negra durante o Festival, que acontece a cada dois anos, mas também almeja contribuir de forma permanente para uma transformação social que passa pelo incentivo e fortalecimento dos saberes e das identidades culturais de matriz africana.
EXPOSIÇÕES – De 28 de novembro a 27 de dezembro, três exposições ocupam diferentes espaços da cidade, como forma de resgate e de representatividade, difundindo a produção de obras de artistas locais, dando visibilidade à simbologia africana. Entre elas está a mostra “Adinkras”, do Instituto de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO), que apresenta no Centro Cultural Usina de Cultura, um conjunto de símbolos usados pelos povos acã da África Ocidental (notadamente os asante de Gana). Os símbolos representam ideias e provérbios que transmitem sabedoria ancestral, formando um sistema de escrita visual que traduz a história e a filosofia de diversos povos africanos.
No Centro Cultural Padre Eustáquio acontece a exposição “Telas Live Painting”, que apresenta obras de treze artistas que conceberam suas pinturas ao vivo, durante a 12ª edição do FAN BH, ocorrida em 2023. A ação recebeu intervenções dos artistas plásticos Ba Face3, Dalata, Fênix, Lucas Alfa, Mariana Marinato, Nika, Pixone, Warley Bombi, Ladobeco, Bruna Pimenta, Davi DMS, Ed Mun e TinaSoul.
A exposição “Conta (en)canto”, instalada no Centro Cultural Urucuia, das gêmeas Clarisse e Clarelis Ribeiro, também integra a programação. As trancistas, naturais da Região Oeste de Belo Horizonte, exploram a criatividade do trançar, apresentando as tranças como uma arte e uma tecnologia negra ancestral que conecta as tradições do passado às visões do futuro. As tranças são retratadas como uma ponte entre gerações e saberes.
OFICINAS – Outra atividade que vai percorrer vários espaços é a Oficina de “Afroempreendedorismo”, ministrada pela professora, consultora financeira e mentora Ana Teles. De 22/11 a 14/12, ela vai passar pelos Centros Culturais das nove regionais da capital mineira. Este ciclo de capacitação tem como propósito promover um empreendedorismo consciente e busca conectar sonhos individuais ao impacto coletivo, oferecendo não apenas ferramentas financeiras, práticas, mas também alívio emocional para os desafios específicos enfrentados por empreendedores negros, e pessoas que apoiam a busca por igualdade. A participação não exige inscrição prévia, e será feita por ordem de chegada, sujeita a lotação dos espaços.
FORMAÇÃO – O FAN BH também alcança a Rede Pública de Ensino com a ação formativa “O Cinema como Ferramenta para a Educação das Relações Étnico-Raciais”, que será ministrada por Elaine do Carmo, jornalista e mestre em Cinemas Negros pela UFMG, e proprietária da Massai Digital. Voltada para educadores da rede pública municipal de Belo Horizonte, a oficina, que integra um webinário promovido pela Secretaria Municipal de Educação, abordará a importância dos Cinemas Negros como um agente de transformação na educação, explorando como o audiovisual pode ser usado para ensinar sobre a história e cultura africana e afro-brasileira, além de promover o debate sobre as relações étnico-raciais nas escolas.
Durante a ação, será lançada uma Cartilha virtual, composta por conceitos e boas práticas pedagógicas, intitulada “Ensino da história afro-brasileira: a cultura como ferramenta para a educação das relações étnico-raciais”, que oferecerá aos educadores ferramentas para a construção de ações que integrem a cultura e o audiovisual como aliados da educação. O material será disponibilizado a partir do dia 3/12 no site portalbelohorizonte.com.br/fan
A Cartilha também contempla a Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências.
SERVIÇO – Ações Continuadas FAN BH
De 28/11 a 27/12
Exposições |terça a sexta: das 9h às 19h; sábados: das 9h às 17h
“Adinkras,”do Instituto de Pesquisa e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) – Centro Cultural Usina de Cultura
“Telas Live Painting”, com artistas plásticos Ba Face3, Dalata, Fênix, Lucas Alfa, Mariana Marinato, Nika, Pixone, Warley Bombi, Ladobeco, Bruna Pimenta, Davi DMS, Ed Mun e TinaSoul – Centro Cultural Padre Eustáquio
“Conta (en)canto”, fotografias de Clarisse e Clarelis Ribeiro – Centro Cultural Urucuia
De 22/11 a 14/12
Oficina de “Afroempreendedorismo”, com Ana Teles
22/11 – Centro Cultural Urucuia – das 19h às 21h
25/11 – Centro Cultural São Geraldo – das 19h às 21h
27/11 – Centro Cultural Vila Fátima – das 19h às 21h
29/11 – Centro Cultural Usina de Cultura – das 19h às 21h
04/12 – Centro Cultural Pampulha – das 19h às 21h
05/12 – Centro Cultural Liberalino Alves – das 19h às 21h
06/12 – Centro Cultural Salgado Filho – das 19h às 21h
11/12 – Centro Cultural Venda Nova – das 19h às 21h
14/12 – Centro Cultural São Bernardo Norte – das 8h às 10h
Dia 3/12
Ação Formativa sobre Cinemas Negros com Elaine do Carmo (evento fechado da Secretaria Municipal de Educação)
Lançamento da Cartilha “Ensino da história afro-brasileira: a cultura como ferramenta para a educação das relações étnico-raciais”. Acesso pelo site portalbelohorizonte.com.br/fan