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ter, 14 janeiro 25

Brasil avança na luta contra a aids, mas desafios persistem

O Brasil tem comemorado avanços significativos na luta contra a aids, mas desafios, como o preconceito e a desinformação, ainda persistem. Segundo dados do Ministério da Saúde, o país já alcançou 96% de diagnósticos entre as pessoas vivendo com HIV, um marco importante para o avanço da eliminação da doença como problema de saúde pública. No entanto, a necessidade de intensificar as informações sobre prevenção e tratamentos continua sendo uma prioridade.

O Dezembro Vermelho, mês de conscientização sobre a aids, serve como um lembrete da importância de combater o estigma e incentivar práticas sexuais seguras. A Dra. Mirian Dal Ben, infectologista e médica credenciada da Omint, destaca a importância de desmistificar a doença: “Muitas pessoas ainda acreditam em mitos sobre o HIV, o que impede que busquem ajuda e tratamento adequados. É fundamental que a população esteja bem-informada para tomar decisões conscientes sobre sua saúde sexual”.

Uma confusão comum, por exemplo, é sobre a diferença entre o HIV e a aids. “O HIV é o vírus que causa a infecção, enquanto a aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma condição avançada da infecção pelo HIV, quando o sistema imunológico é gravemente comprometido”, explica a Dra. Mirian. “A aids ocorre principalmente quando o HIV não é tratado, levando à redução das células de defesa, chamadas CD4, e aumentando o risco de infecções oportunistas”.

O uso do preservativo é um dos métodos que auxilia na prevenção do contágio pelo HIV e de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), como sífilis e HPV. Mas não há necessidade de reforço, destaca a infectologista: “É mito que utilizar dois preservativos ao mesmo tempo aumenta a proteção. Essa prática pode causar atrito, aumentando o risco de rompimento. Usar apenas um preservativo corretamente já oferece alta proteção”.

Para um maior controle em relação à contaminação, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais a serem alcançadas até 2030: diagnosticar 95% das pessoas vivendo com HIV; garantir que 95% dessas pessoas estejam em tratamento antirretroviral; e, entre aquelas em tratamento, alcançar 95% de supressão viral, ou seja, com HIV sem possibilidade de transmissão. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, apenas a quantidade de pessoas em tratamento está abaixo do objetivo. Hoje, o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance nessas metas.

Os avanços significativos no combate à aids são resultado da prevenção combinada, que envolve diferentes modos de prevenção ao HIV, respeitando as especificidades de cada paciente. Entre as estratégias, estão o uso de preservativos masculinos e femininos, o tratamento precoce e a evolução dos tratamentos, como a profilaxia pré e pós-exposição, o incentivo à testagem e a prevenção da transmissão da mãe para o bebê por meio de um pré-natal bem-feito.

A profilaxia pré-exposição (PrEP) é um medicamento que deve ser tomado diariamente ou antes da relação sexual e funciona como um escudo protetor, impedindo que o vírus se instale no organismo. O aumento dessa oferta levou a um maior número de diagnósticos precoces, uma vez que é necessário fazer o teste periodicamente para obter a medicação. Assim, mais pessoas com infecção pelo HIV foram detectadas e incluídas imediatamente em terapia antirretroviral.

A Dra. Mirian Dal Ben enfatiza a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para controlar a epidemia: “O uso consistente de métodos de prevenção que se adaptam à realidade de cada paciente, a realização de testes regulares e o acesso ao tratamento são medidas essenciais para garantir uma vida saudável, com ou sem o HIV.

A especialista ressalta que ainda existem muitos mitos em relação à doença e esclarece:

·     HIV não é igual à aids: o HIV é o vírus, enquanto a aids é a síndrome causada pela infecção avançada;

·   Transmissão: o HIV é transmitido por relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e de mãe para filho, e não há risco em interações cotidianas, como beijos ou abraços;

·    Tratamento: com o tratamento adequado, é possível viver com o HIV sem desenvolver a aids. A terapia antirretroviral mantém o vírus controlado, impedindo danos ao sistema imunológico;

· Carga viral indetectável: pessoas com carga viral indetectável não transmitem o vírus sexualmente.

Com o avanço da ciência e o acesso cada vez maior a informações corretas, a aids deixou de ser uma sentença de morte e se tornou uma doença crônica controlável. Continuar educando a população sobre a condição é essencial para o crescimento da adoção de comportamentos seguros.

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