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Lúpus: diagnóstico precoce melhora tratamento e qualidade de vida; campanha alerta em BH

Diagnóstico precoce, diz médica, ajuda no tratamento e na qualidade de vida dos pacientes com a doença, que acomete de 150 mil a 300 mil brasileiros; Atópicos Brasil faz campanha de conscientização neste sábado, em BH

Prevenir, saber o que o corpo diz, antecipar-se, buscar o diagnóstico o quanto antes, aprender sobre o lúpus. Esta doença autoimune, em que o sistema imunológico ataca tecidos saudáveis, provoca diversos sintomas, como manchas vermelhas no rosto em formato de “asa de borboleta”, cansaço excessivo, dores nas articulações. Atinge de 150 mil a 300 mil brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, principalmente, mulheres jovens. De 10 pessoas acometidas pela doença, 9 são do sexo feminino.

“Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento. Pode-se evitar as sequelas”, diz a médica Ana Flávia Madureira de Pádua Dias, presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia. Ela explica que o diagnóstico do lúpus eritematoso sistêmico é feito pelos sinais e sintomas da doença e pelos exames de sangue. A pesquisa do FAN, anticorpos antinucleares, é um exame de sangue importante para o diagnóstico, mas a médica ressalva que nem todos com FAN positivo tem a doença, sendo importante uma avaliação do reumatologista para o diagnóstico.

Existem dois tipos de lúpus, apenas cutâneo, com acometimento limitado a pele, e sistêmico, com acometimento de diversos órgãos. O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença complexa, com sintomas gerais como febre, emagrecimento, perda de apetite, fraqueza e desânimo, além do acometimento de rins, coração, pele, articulação e pulmão.

Ana Flávia Madureira explica que a doença não tem cura, mas hoje o tratamento tem evoluído muito, permitindo uma boa qualidade de vida. Como acomete mulheres jovens, a gravidez é um ponto importante na avaliação do reumatologista. “A maioria das pacientes com LES vão poder engravidar, mas existe o momento certo para isto. É preciso estar com a doença bem controlada, sendo fundamental uma boa programação com o seu reumatologista”. O cuidado com a pele também é fundamental no lúpus, sendo o uso de protetor solar fundamental para prevenir a atividade da doença. Tudo para alertar sobre a necessidade de diagnóstico precoce. A médica lembra que os tratamentos evoluem cada dia mais e devem ser individualizados, dependem da manifestação apresentada pela doença.

Para alertar à população sobre esta doença complexa, a Atópicos Brasil vai realizar no próximo sábado, 10 de maio, Dia Mundial do Lúpus, das 9 às 13h, uma ação de conscientização na praça da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, bairro Santo Agostinho, em Belo Horizonte. Haverá a presença de profissionais especialistas. “É uma doença impactante e quanto antes identificados os sintomas, melhor”, afirma Jules Cobretti, diretor institucional da Atópicos Brasil, organização social sem fins lucrativos, que faz campanhas de conscientização. Antes, desta do lúpus, fez a da risossinusite com pólipos nasais, quando iluminou 4 prédios em Belo Horizonte no dia 24 de abril, e prepara o alerta sobre a asma, que acontecerá também neste sábado.

A Atópicos Brasil, de acordo com Jules Cobretti, já atendeu diretamente cerca 4.500 pessoas desde 2022, e impactou mais de 1 milhão com as campanhas. Começou em 2009, na capital mineira, com lutas por políticas públicas para a esclerose lateral amiotrófica, incluiu conscientização e auxílio no tratamento de pessoas com doenças alérgicas, crônicas e raras (nanismo, doença de Fabry). Em outubro de 2024, passou a auxiliar também pacientes oncológicos e familiares.

Além das campanhas de conscientização, acolhe pacientes do interior. “Temos uma casa no bairro Califórnia para atender o pessoal em Belo Horizonte. Dependendo da microrregião, alugamos casas, oferecemos tratamento, apoio emocional e médico. Fazemos encaminhamentos para hospitais do SUS ou clínicas particulares. Damos todo o suporte aos pacientes”, informa o diretor institucional. A entidade doa e recebe medicamentos. “É uma corrente do bem, unida para salvar vidas.”

ALMG entra na campanha

A fachada do Palácio da Inconfidência, da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), será iluminada neste sábado (10) com a cor roxa para chamar a atenção da população em relação a doença.

Mais sobre o lúpus

É autoimune, ou seja, o sistema de defesa do corpo ataca as próprias células. A doença pode afetar pele, articulações, rins e outros órgãos

Dois tipos principais

Lúpus cutâneo: afeta principalmente a pele

Lúpus sistêmico: pode afetar vários órgãos internos

Sintomas comuns

Cansaço excessivo

Dores nas articulações

Manchas vermelhas no rosto em formato de “asa de borboleta”

Queda de cabelo

Sensibilidade ao sol

Febre baixa e contínua

Inchaço nos pés e nas mãos

Causas e diagnóstico

As causas exatas não são conhecidas, mas fatores genéticos, hormonais e ambientais podem contribuir

O diagnóstico é feito por um médico, com base em exames de sangue, avaliação clínica e histórico familiar

Cuidados

Não há cura, mas é possível levar uma vida ativa e saudável com tratamento adequado

Tratamentos incluem

Medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores e protetor solar

Acompanhamento com reumatologista

Alimentação saudável e sono adequado

Dicas para viver bem com lúpus

Usar protetor solar

Praticar exercícios físicos

Manter um diário dos sintomas

Buscar apoio psicológico

Fonte: Atópicos Brasil | Credito da Foto: Freepik.com

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