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dom, 09 fevereiro 25

Programação homenageia as vítimas de Brumadinho

“Carreta da Justiça” acontece desde o primeiro ano do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho; em 2025, ação contará com apresentação da Orquestra Filarmônica Ramacrisna na chegada, às 20h, na Praça Saudade das Joias

“Carreta da Justiça” acontece desde o primeiro ano do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho; em 2025, ação contará com apresentação da Orquestra Filarmônica Ramacrisna na chegada, às 20h, na Praça Saudade das Joias

A “Carreata da Justiça” dá sequência, nesta sexta-feira, dia 24 de janeiro, à agenda de atividades da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (AVABRUM) em 2025 – quando a tragédia-crime da Vale em Brumadinho completa seis anos. A ação acontece desde o primeiro ano da tragédia-crime, como forma de cobrar respostas efetivas do poder público àqueles que perderam seus entes queridos. Os participantes concentram-se às 17h, no Cemitério Parque das Rosas, onde a maioria das vítimas está enterrada, e de lá seguem em carreata pelas ruas da cidade a partir das 18h.

Presidente da AVABRUM, Nayara Porto, que perdeu o marido Everton Lopes Ferreira, de 32 anos, afirma que a carreata é uma forma de reforçar a incansável luta por justiça empenhada pela Associação. “Por cinco anos fizemos a ‘Carreata da Justiça’ e, desta vez, não será diferente. Até porque são seis anos sem Justiça. A intenção é chamar atenção do Judiciário para eles decidirem se estão do lado dos réus ou das vítimas”, afirma. “Depois, fazemos o grande ato, no dia 25, fechando a semana de eventos em prol do não esquecimento. Frisando, mais uma vez, que não há reparação para a vida, para os sonhos, para os projetos e para tantas outras coisas assassinadas no dia 25 de janeiro de 2019”.

Neste ano, a “Carreata da Justiça” termina na Praça Saudade das Joias, por volta das 20h, onde será realizada uma apresentação musical da Orquestra Filarmônica Ramacrisna. A ação é uma forma de proporcionar acalento aos familiares de vítimas e a todos que viveram os traumáticos momentos de janeiro de 2019. Sabe-se que este é um período em que os moradores da cidade sofrem com muita ansiedade pela memória do que aconteceu, e a noite é uma forma de unir os pensamentos de todos em uma vibração de amor e união.

Maestro da Orquestra Filarmônica Ramacrisna, Eliseu Barros conta que a apresentação prioriza músicas de protesto e de esperança, mas também traz canções que atravessam poeticamente outros sentimentos. “É um repertório significativo em termos de mensagem. A dor das pessoas é algo difícil de aplacar, mas acredito que a música tenha o poder de trazer algum tipo de conforto. Estamos preparando um programa com muito carinho e acredito que quem assistir vai gostar bastante”, conta o regente. O repertório inclui canções nacionais como “Pra não dizer que não falei das flores” (Geraldo Vandré), “O que é o que é” (Gonzaguinha) e “Tocando em frente” (Almir Sater); e internacionais, como “Imagine” (John Lennon), “We are the champions” (Queen) e Sweet Child’o Mine (Guns’n’Roses).

Memória Irreparável

Para 2025, o lema adotado pela AVABRUM é “Memória Irreparável – Uma Tragédia que Rompeu Histórias Não Será Esquecida”. Integrante da diretoria da Associação, Kenya Paiva Lamounier, que perdeu o marido Adriano Aguiar Lamounier, de 54 anos, avalia que a mensagem é uma forma de criticar falsas reparações, reforçando a ideia de que as vidas são irrecuperáveis. “Tentamos mostrar que as pessoas e os momentos são insubstituíveis. Estamos cansados e até ofendidos com o termo ‘reparação’. Como reparar uma morte? Qual o preço de uma vida? Para nós, familiares, o que ficou são histórias de vida, são as vivências e convivências daqueles que a Vale matou. As memórias são nossas relíquias. Elas não podem ser precificadas, não podem ser reparadas”, avalia Kenya.

No sábado, dia 25, o ato de resistência começa às 11h, na Praça Saudade das Joias, quando centenas de participantes soltarão ao céu 2.192 balões amarelos, que simbolizam os dias exatos sem respostas desde a tragédia-crime, e três balões brancos, que representam as três vítimas que até hoje não foram localizadas. Todos os balões são biodegradáveis e têm sementes de girassol dentro. Além do tradicional ato de resistência, neste ano haverá ainda a aguardada inauguração do Memorial Brumadinho, às 16h, em evento fechado para familiares, autoridades e convidados.

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