Um colete, um capacete, luvas e botas pretas, bandanas de caveira, brasão do motoclube e muitos… muitos encontros de alegria e confraternização com muito rock do bom e ronco de motores. Tantos Motoclubes nesse gigantesco universo motociclístico que cresce a cada dia.As estruturas sociais que definem essa cultura: os motoclubes e a simbologia que os une. O motociclismo, muito além de um meio de transporte, é um complexo fenômeno sociocultural que transpira emoções, que preserva tradições por décadas. Gente que se cumprimenta quando em pistas opostas cruza com irmãos… dois dedos em V. Pessoas e máquinas que que não apenas observam a paisagem, mas a compõem, completam.
A gênese dos motoclubes (MCs), como os conhecemos, remonta ao período pós-Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos. Veteranos, acostumados à adrenalina e, principalmente, à intensa camaradagem das frentes de batalha, buscaram replicar esse senso de pertencimento na vida civil. Formaram-se grupos que viam na motocicleta um símbolo de liberdade e rebeldia contra o status quo. Clubes históricos estabeleceram códigos, hierarquias e uma estética que, para o bem ou para o mal, moldaram a percepção pública do motociclista e ecoam até hoje. Gigantes como Bodes do Asfalto, ou nem tão grandes em componentes como os Águias Sem Rota alimentam a tradição.
A caveira é uma curiosidade para o público em geral. Para o observador externo, pode parecer um símbolo de perigo ou morbidez. No entanto, dentro da irmandade, seu significado é profundo e filosófico. A caveira é o grande equalizador. Nos faz lembrar, refletir sobre o quão iguais somos.
Sob o colete, diante da estrada ou perante a caveira, não há distinção de classe social, origem ou profissão. Ela é um “memento mori” (uma lembrança da mortalidade) que nos recorda da nossa igualdade fundamental. Na irmandade, todos são irmãos, nivelados por essa verdade estoica.
Esse espírito de congregação floresceu em solo brasileiro. Em estados como Minas Gerais, o calendário de encontros de motociclistas tornou-se uma tradição cultural robusta, vitalizando a economia de diversas cidades do interior, hotéis e comércio movimentados. Sites como o Jacaré (https://jacaremoto.com.br/agenda-jacaremoto/) fomentam e lembram as datas dos eventos. A capital, Belo Horizonte, não é exceção, servindo como ponto de partida e chegada para grandes eventos que celebram essa paixão.

O encontro para comemorar os 19 anos dos Bodes do Asfalto em sua subsede Belo Horizonte, reuniu mais de 200 pessoas em um evento com mulheres, crianças e muito rock. MCBDA que tem como objetivo misturar lazer e filantropia, com apoio a creches e asilos. Com paciência e muito amor ao próximo. Sob a batuta do BDA Anderson e a primeira dama Thamires, também o Dr. João Bomfim que nos agraciaram com grandes histórias sobre o MC.
É fascinante observar a diversidade das “tribos” que compõem esse universo. Temos os entusiastas das icônicas Harley-Davidson, focados na cultura custom; os aventureiros das Big Trails, equipados para longas expedições; o pessoal do trail, que busca o desafio da terra e da lama; e, claro, os inúmeros grupos de amigos que rodam juntos, unindo diversos tipos de motocicletas, onde o que realmente importa é o prazer compartilhado da jornada.
Não podíamos passar em branco na data de 05 de novembro, ondes se comemora o dia nacional da cultura do motociclismo. Parabéns a todos os motociclistas do Brasil.
Quer seja em um MC americano da década de 60 ou em um encontro casual em Minas Gerais, o motociclismo segue sendo um poderoso vetor de fraternidade. Experimente e jamais viverá sem.
Na próxima coluna uma visão sobre a nova NC 750x.
O professor Eduardo Dias é o responsável pela “coluna Sobre Duas Rodas” Faça contato por msg para 31 98875-3814 ou insta @profedudias