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Documentário no mês da consciência negra “Quinta Feira do Angú”

Estreia o documentário “Os quatro Elementos e a Quinta Feira do Angú: Fogo”, idealizado, roteirizado e dirigido pelo artista e bonequeiro Roberto Ferreira da Silva, fundador do Teatro de Bonecos de Origens. A obra audiovisual de estreia do coletivo que também é um Ponto de Cultura, registra a história e a tradição da “Quinta-feira do Angu”, cozinha solidária tricentenária, no Vale do Jequitinhonha (MG), criada pelos negros escravizados na mineração do século XVIII, e que tinha o angu como principal alimento. As sessões abertas ao público, seguidas de bate-papo, acontecem no Ponto de Cultura Kolping Vila Belém (regional Noroeste), no dia 09 de novembro, e no Ponto de Cultura Viaduto das Artes (regional Barreiro), no dia 23 de novembro, sempre aos sábados, às 16h. O acesso é gratuito. O projeto “Os quatro Elementos e a Quinta Feira do Angú (Fogo), número 91121/2023, é um projeto realizado com os recursos do edital público BH Nas Telas 2023, edição Paulo Gustavo, do município de Belo Horizonte.

Em 2019, o Grupo de Teatro Origens ministrava uma oficina de Arteterapia para professores no município de Chapada do Norte (MG), quando souberam da Quinta feira do Angú – ritual que faz parte dos preparativos para a festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Atraídos pela notícia, decidiram adiar, por dois dias, a volta a Belo Horizonte. “Nosso coletivo pesquisa a partir do Teatro de Bonecos, as culturas de matriz africana. Somos formados por uma maioria de artistas que se declara negro. E por isso, vimos como uma oportunidade documentar uma manifestação cultural de um povo negro a partir do nosso olhar e identidade”, conta Roberto Ferreira da Silva.

Reza a lenda que um negro encontrou a imagem de Nossa Senhora do Rosário no Rio Fanado e a levou para o alto de um morro, com tambor e congado, onde foi erguida a Igreja do Rosário. Desde então, todo ano se realiza a festa em louvor à Santa. Sempre na semana anterior, os moradores acordam pela madrugada para buscar a água no rio e lavar a escadaria da igreja. O ritual ficou conhecido como “Quinta-feira do Angu” já que logo após, acontece um dos momentos mais aguardados: “a Benção e Distribuição do Angu”.

Com edição e finalização de Pedro Portella, o filme reúne, além de entrevistas com pessoas da comunidade negra de Chapada do Norte (MG), todo o processo de preparo do Angu e dos molhos que serão servidos para acompanhar. Familiares, amigos e ajudantes contratados assumem cada um, uma função: descascando alimentos, preparando temperos, cozinhando, lavando, preparando a fornalha e a lenha que será usada no cozimento dos alimentos. “A história conta que a Quinta Feira de Angu era uma forma de agradecimento às pessoas que passaram o dia todo trabalhando na ‘Lavação da Igreja’ do Rosário. Depois que os trabalhadores comem, toda a população é convidada”, acrescenta o diretor.

Fundada em 2011, a associação de teatro de Bonecos Origens, com sede no bairro Miramar, no Barreiro, além dos espetáculos de teatro de marionetes, possui projetos onde utilizam o teatro de bonecos em processos de arteterapia em duas escolas públicas de Belo Horizonte. “Circular com essa primeira experimentação audiovisual do coletivo em regiões de vulnerabilidade social e em outros pontos de cultura é uma forma de reafirmar a nossa identidade como negros”, afirma.

Pré-estreia documentário

Em setembro deste ano, a exibição do documentário integrou a programação dos centros culturais Vila Marçola, regional Centro Sul e Jardim Guanabara, na regional Norte. Os dois equipamentos convidaram alunos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) de escolas situadas próximas aos centros culturais. O documentário foi utilizado como uma aula relacionada aos conteúdos de ensino da lei 10.639 que determina a inclusão no currículo oficial da Rede de Ensino obrigatória, a temática História e Cultura Afro-Brasileira

SERVIÇO

Estreia documentário “Os quatro Elementos e a Quinta Feira do Angú: Fogo”

Direção: Roberto Ferreira da Silva

09/11/2024 (sábado), às 16h

Ponto de Cultura Kolping

(Vila Belém – Rua: Barbosa, Nº 355, regional Noroeste)

23/11/2024 (sábado), às 16h

Ponto de Cultura Viaduto das Artes

(Av. Olinto Meireles n 45, regional Barreiro  Acesso gratuito)

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1 COMENTÁRIO

  1. Há um equívoco no texto. Este trabalho foi desenvolvido em Chapada do Norte MG. Em dois momentos: com professores da Escola Municipal Nívea de Oliveira e depois dentro da Festa do Rosário após uma apresentação do teatro de bonecos em frente a Capela do Rosário. E conta a história que a imagem de Nossa Senhora do Rosário foi encontrada no Córrego do Rosário. O texto cita no “Rio Fanado” que pertence ao município de Minas Novas, onde também há a realização tradicional da Festa de Nossa Senhora do Rosário.

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