A discussão sobre a regulamentação de cassinos, bingos e jogo do bicho no Brasil deverá ocupar posição de destaque no BiS SiGMA Americas 2026, em São Paulo, de 6 a 9 de abril. O tema volta com força porque o projeto que trata da legalização tem avançado gradualmente no Congresso: a Câmara aprovou o texto no início de 2022, e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o considerou constitucional em junho do ano passado.
Falta, no entanto, a análise pelo plenário do Senado, etapa decisiva para a consolidação do marco regulatório.
Nos bastidores de Brasília e entre lideranças do mercado, a percepção é de que a aprovação é provável. Com isso, o evento de apostas terá como foco discutir impactos imediatos e diretrizes de longo prazo para o país na esteira da legalização.
A expectativa envolve não apenas o fortalecimento do ecossistema de apostas e entretenimento, mas também a dinamização do turismo e a atração de investimentos, com reflexos em emprego, arrecadação e competitividade internacional.
Entre os argumentos mais sólidos a favor da medida, destacam-se:
- Aumento significativo da arrecadação tributária, estimado em até R$ 20 bilhões anuais;
- Estímulo a investimentos privados que podem alcançar cerca de US$ 70 bilhões;
- Geração de aproximadamente 10 mil empregos diretos e indiretos, com cadeias de valor conectadas a hotelaria, eventos, gastronomia e tecnologia.
O desenho regulatório proposto distribui licenças considerando critérios populacionais e regionais. Todos os estados e o Distrito Federal contariam com pelo menos um cassino; São Paulo poderia receber até três; Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará, até dois cada.
O texto também prevê até dez cassinos marítimos e operações em navios fluviais com, no mínimo, 50 cabines, o que amplia a diversificação do produto turístico brasileiro.
Para o turismo, a legalização tende a impulsionar resorts ancorados em entretenimento integrado, com novas arenas de eventos, centros de convenções e experiências de hospitalidade de padrão internacional.
Esse movimento reposiciona destinos brasileiros no mapa global e alonga a permanência média de visitantes, incrementando o ticket turístico.
A relevância do assunto para o BiS SiGMA Americas 2026 é estratégica: o encontro reúne executivos, reguladores, operadores e fornecedores de toda a cadeia de valor.
Além dos segmentos de entretenimento, loterias e iGaming, o debate se conecta a áreas como mercado financeiro e desenvolvimento econômico, atraindo grandes marcas e investidores em busca de sinergias com inovação, meios de pagamento e novas frentes de ativos digitais — incluindo cripto e bitcoin.
Ao congregar os principais players, o fórum se consolida como espaço norteador do futuro regulatório e de negócios das apostas no Brasil, com agendas voltadas à segurança jurídica, compliance, proteção ao consumidor e práticas responsáveis.