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Projeto Canjerê destaca laços ancestrais com a África

Projeto promove vivência de capoeira no domingo, 1º de outubro, no Centro Cultural São Geraldo a partir de diálogos entre mestres capoeiristas brasileiros e moçambicanos

A capoeira, expressão cultural afro-brasileira que traz a dança, a música e a resistência negra por meio da luta, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira reconhecido internacionalmente.

A condução da Roda de Capoeira será coordenada pela Associação Mineira de Estudos da Capoeira – AMEC, presidida pelo Mestre Beto Onça. Segundo a pesquisadora e curadora do Projeto Canjerê, Rosália Diogo “essa associação defende e pratica a tradição da capoeira ancestral ou antiga, ou seja, aquele  modelo que era praticado pelo negros escravizados, vindos do continente africano”.

A atividade foi construída a partir de diálogos com os professores de capoeira moçambicanos Preguiça, Escorpião e Lua, integrantes de um grupo de pesquisas sobre capoeira em Moçambique, denominado Capoeira Ginga de Maputo. Os capoeiristas africanos participarão do encontro por meio de videoconferência. O grupo Capoeira Ginga de Maputo, também designado Associação Moçambicana de Capoeira (AMCA), surgiu no dia 4 de Março de 1999 e segue as pegadas da mulher que levou a capoeira para Moçambique, a Mestra Marina (Celia Marina Matue).

Patrimônio Cultural Brasileiro

A Capoeira é uma prática cultural afro-brasileira multifacetada e multidimensional. Ao mesmo tempo em que é luta, também é dança, é compreendida como folclore, como esporte e até como arte. Mas, independente de sua classificação, carrega uma filosofia ancestral. Originada no século XVII, período escravocrata, desenvolveu-se como um modo de sociabilidade e solidariedade construída pelos africanos escravizados, uma estratégia social para lidarem com a opressão, o controle e a violência. Hoje, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em mais de 160 países, segundo o IPHAN.

A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira foram reconhecidos como patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2008, e estão inscritos no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes, respectivamente. Roda de Capoeira também é reconhecida internacionalmente como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco, desde 2014, e se encontra com o processo de registro da capoeira como Patrimônio Cultural Imaterial de Belo Horizonte em aberto.

 

Projeto Canjerê 2023

O projeto Canjerê é uma iniciativa do Instituto Casarão das Artes Negras, que tem por objetivo promover atividades e debates com temáticas relacionadas à arte e cultura de matriz africana. Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. A programação já desenvolveu a edição do Canjerê Mulher, que evidencia o trabalho de mulheres negras de destaques na área da música, realizado no mês de março. Em setembro a Vl Mostra Conceição Evaristo trouxe uma homenagem a uma das principais escritoras do país. Além do evento sobre a capoeira, outra agenda cultural do projeto será um grande encontro artístico-cultural para marcar o Mês da Consciência Negra, em novembro. Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

Instituto Cultural Casarão das Artes Negras

O Instituto Cultural Casarão das Artes Negras nasceu em 2013, com o intuito de valorizar e promover a cultura africana e afro-brasileira, além de contribuir para o enfrentamento do racismo na sociedade brasileira. A instituição ganhou destaque no cenário cultural de Belo Horizonte por meio da valorização da arte, música, moda, literatura e culinária. Além de realizar anualmente o projeto Canjerê e outras agendas, o Instituto também é responsável pela publicação Revista Canjerê, atualmente com periodicidade semestral.

 

SERVIÇO

Projeto Canjerê 2023 – Canjerê Brasil-Moçambique: Laços ancestrais

Dia 1º de outubro, domingo, às 9h

Local: Centro Cultural São Geraldo (R. Silva Alvarenga, 548 – São Geraldo).

Entrada gratuita

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