Dan Oliveira, Carol Figueiredo, Davi Leão, Cruvinel, Flor Grassi, Túlio Dayrell, Dan Gentil, Cebola, Diogo Lucrécio e Tuzin: esses são os nomes que hoje compõem o Música aos Montes, um selo musical que nasceu em 2015, como estúdio e produtora, e hoje conduz um jeito diferente de produzir música na capital mineira. No bairro Esplanada, em Belo Horizonte, os integrantes se encontram, compõem juntos e trocam ideias. Cada um com sua carreira solo que, na prática, ocorre na base do trabalho coletivo.
A iniciativa é de Dan Oliveira e Carol Figueiredo, casal de músicos que decidiu investir em um projeto de renovação da música em Minas Gerais. Com formação musical na Souza Lima & Berklee, Carol atua como diretora executiva e manager, na bagagem, trazendo anos de experiência como produtora e cantora de jazz e MPB. Dan Oliveira lidera a produção musical. O cantor, compositor e violonista recebeu reconhecimentos como o Prêmio Jovem Instrumentista BDMG e dividiu palco com grandes artistas, chegando a integrar a turnê icônica do “O Disco do Tênis”, de Lô Borges.
O nome, Música aos Montes, já antecipa a relação forte com o DNA que atravessa a música produzida entre os mares de morros de Minas Gerais. Também remete ao local de nascimento de Dan Oliveira, Montes Claros, e à forma de trabalho 360º do projeto, que vai da composição à construção de carreira. A maior parte dos artistas tem ligação com a MPB e suas novas vertentes. Neste ano, porém, o foco estilístico se expandiu com a criação do Aporta Records, um braço do Música aos Montes dedicado à música urbana: pop, rock, rap, trap, entre outros estilos.
Os integrantes estão a criar uma nova cena musical, trabalhando juntos em lançamentos autênticos. “A gente tem um dia de atenção para cada artista. Cada um está em seu próprio momento: um na composição, outro na produção, outro no lançamento e shows. Nesses dias, a gente pensa juntos em estratégias, no que vamos fazer para a rede social, nas composições… Mas acabou que naturalmente um começou a colar no dia do outro, colaborando um com o outro. Viramos uma família”, comenta Carol Figueiredo.
No lançamento de cada artista, aparece sempre de alguma forma o dedo de um ou outro integrante. O selo foi responsável por lançar trabalhos de peso: em 2023, “Villa Rica”, de Davi Leão, e “Absorvendo Tudo”, de Cruvinel, e mais recentemente o EP “Novelo”, de Flor Grassi. Em “Metacanção”, faixa de “Villa Rica”, o funcionamento do MaM aparece de forma clara. A música foi fruto de um camping de composição: um microfone foi colocado no espaço e os artistas presentes tocaram e cantaram de forma despretensiosa, criando a música, que descreve o próprio ato de escrever canções.
“Davi, dá um palpite aqui”, “Cruvinel, o que você acha disso?”. Frases como essas são ditas por Dan Oliveira frequentemente no seu dia-a-dia. O produtor atua como um agregador. Na hora das produções, a intenção é envolver o grupo todo. Como exímio compositor, acompanha o processo de criação dos artistas, com ideias e troca de referências. O objetivo é auxiliar o artista a encontrar e consolidar sua identidade própria e única.
Mas no MaM é de comum acordo a ideia de que não basta a qualidade musical: para entrar no mercado e alçar um trabalho artístico a maiores públicos, é necessário estratégia e planejamento. É nesse campo que entra Carol Figueiredo. A diretora executiva cria projetos para colocar os artistas na prática, nos palcos, no mundo. Carol é responsável, por exemplo, pelo MaM Convida, que busca reunir profissionais de toda a cadeia do music business, além de artistas de diversas gerações e em diferentes fases da carreira. Já foram ao encontro Toninho Horta, Juarez Moreira, integrantes da banda de Hermeto Pascoal, como Jota Pê Ramos Barbosa e Fábio Pascoal, entre outros grandes nomes.
É nessa atmosfera de trocas que surgem os trabalhos do Música aos Montes. “Tem sido bem sucedido o nosso modelo. Em cada trabalho lançado tem alguma música que foi composta por mais de um integrante do selo. Além das composições, os artistas também colaboram gravando instrumentos e cantando também, tanto como um feat ou como um backing vocal. Tudo acaba sendo mais rico”, finaliza Dan Oliveira.
SOBRE OS ARTISTAS
Cruvinel
Com seu violão ritmado, o artista se solidificou como expoente da MPB na cena belo-horizontina, tocando em palcos importantes, como nos festivais A Ilha, Summertimes e Só Amor. A trajetória do músico se uniu ao MaM, em 2020, quando lançaram o single “Ainda Espero”, que já na primeira semana atingiu o primeiro lugar no Viral BH. Em 2023, lançou com o selo o álbum “Absorvendo Tudo”, um retrato de amor pela cultura mineira e brasileira. Hoje, Cruvinel reúne mais de 1 milhão streams no Spotify e conduz ao lado do MaM o projeto Groove do Cruv, um show que apresenta o disco junto a referências do artista.
Flor Grassi
Da bossa nova ao tropicalismo, coleciona referências como Elis Regina e Caetano Veloso. Filha do diretor de cinema Tiago Arakilian e neta do ator Antonio Grassi, teve a arte misturada à vida desde o princípio. Em BH, realizou cursos e oficinas no Grupo Galpão e no Grupo Corpo, grupos mineiros mundialmente reconhecidos. Em Nova Iorque, fez teatro musical na PPAS – Professional Performing Arts, ensino médio profissionalizante, onde também foi protagonista do musical “Les Demoiselles de Rochefort”. No primeiro lançamento da carreira, junto ao MaM, o single “Saudade Invade”, já atingiu 120 mil streams em uma semana no Spotify. Em 2024, lançou o EP “Novelo”, repleto de participações de peso, como Juarez Moreira, Marcos Frederico, Lido Loschi e Dan Oliveira.
Davi Leão
Davi lançou, em 2023, o EP “Villa Rica” junto ao Música aos Montes. Iniciou sua carreira solo em 2022, ao lado do selo, porém sua história com a música começou muito antes. Desde os 12 anos de idade, o artista subiu em palcos importantes junto à banda Poison Gas, que mais tarde tornou-se Fulgaz. O grupo de crianças tocando clássicos do rock apresentou-se no Planeta Brasil, em 2017, e conquistou até eventos internacionais, como a International Beatle Week, em Liverpool. Hoje, Davi mistura à veia do rock fortes referências da MPB clássica, criando uma sonoridade brasileira elétrica e potente.
Túlio Dayrell
Residente em Belo Horizonte desde 2011, Túlio Dayrell é natural de Rio Vermelho, cidade do Vale do Jequitinhonha (MG). Navega pelo teatro e pela música com maestria, misturando as duas habilidades nas composições, performances e interpretações. Entre 2016 e 2017, protagonizou o show “Túlio Dayrell canta Chico – Uma História de Amor”, além de ter atuado e cantado em outros diversos espetáculos. Traz às suas referências na música popular brasileira, o frescor do pop. Em 2019, lançou o EP “Carimbado”, uma verdadeira homenagem à região em que nasceu. Em 2023, distribuiu junto ao MaM o EP “Querença”, cujo tema é mais universal: os encontros e desencontros dos relacionamentos amorosos.
Dan Gentil
Natural de Belo Horizonte, Dan Gentil encantou o país no The Voice Brasil com sua voz que une técnica e sensibilidade. O participante mais jovem da 9ª temporada alcançou grande destaque, chegando às semifinais da edição. Sua música tem influências da Black Music e mistura baladas melancólicas com o groove do soul, harmonias complexas do R&B e Jazz com a simplicidade da voz e piano. Em 2024, uniu-se ao selo Música aos Montes, onde está atualmente em processo de imersão na gravação de um novo EP, em que promete se arriscar por caminhos musicais inéditos.
Cebola
Túlio Lima, mais conhecido como Cebola, passou por grandes palcos, como o do Rock in Rio, com a banda Daparte, grupo belo-horizontino em que é baixista e integra desde o primeiro disco “Charles” (2018). No álbum de estreia, o artista já assina duas canções, mostrando sua força como compositor. Em 2020, lançou “Lugar”, seu primeiro single como artista solo, e em 2022 o álbum “Brandura”, que traz baladas intimistas, melodias criativas e influências contemporâneas e nostálgicas, de Beach Boys a Djavan. Fez parcerias com nomes como Marcelo Dai, Beto Bruno e Carol Concê.
Diogo Lucrécio
Cantor, compositor e guitarrista de Belo Horizonte, Diogo Lucrécio refresca a cena com letras sentimentais e sonoridades eletrizantes, que grudam na cabeça. Misturando pop e rock, já lançou singles como “Só Pra te Ver Passar”, “9/out” e “Depois das 12”. Também participou do último EP de Flor Grassi, na composição “Todos os Versos”, em que se aventura pela MPB clássica. No momento, prepara o lançamento do EP “PASSO A DOIS”, com o Música aos Montes. O trabalho dispensa minimalismos e explora arranjos explosivos, que atravessam o indie rock e enfrentam a homofobia.
Tuzin
Artur Calasans, conhecido como Tuzin, lançou-se na cena autoral de Belo Horizonte em 2023, com o single “Aquela Canção”, mas já é reconhecido pelas apresentações vibrantes em diversas casas de shows da capital mineira: Major Lock, Night Market, Mercado Distrital, Mercado Novo, Jângal e Amadoria. O artista atravessa diversos gêneros, mas tem raízes fortes no pop rock, tendo a banda Charlie Brown Jr como uma de suas principais influências. Carrega uma atmosfera jovem e solar e, em 2024, busca desenvolver, junto ao Música aos Montes, uma identidade sólida, com o lançamento de um novo EP.
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