Gustavo Bertoni divulga hoje seu mais novo clipe, “Picasso Blue” – veja aqui -, single lançado semanas atrás nas principais plataformas digitais via AWAL. Além disso, o clipe reforça o começo de uma tour solo de Gustavo pelo Brasil.
Em “Picasso Blue”, Gustavo é retratado de maneira solitária, vagando pelo mundo numa paisagem bucólica preenchida de muita natureza e cenas contemplativas, revelando-o só, porém em movimento. De acordo com o músico, o clipe nasce de modo espontâneo.
“Marquei uma viagem com amigos, o Murilo Amancio – que fez as imagens – e a Beatrice Tanaka, produtora executiva. No folk eu encontro um espaço de refúgio e contemplação muito grande, algo que está presente nessas imagens de natureza do clipe. A nossa escolha de cenários externos vem muito daí”, ele aponta. Gustavo também conta que a viagem de trem aconteceu por acaso: “fomos almoçar chegando na cidade e descobrimos que havia esse passeio, decidimos andar de trem e o clipe aconteceu ali também”, revela o artista.
Essa ideia do trem aplicou ao vídeo de “Picasso Blue” uma reflexão sobre a paciência, da paisagem que se desenvolve na lentidão do trem e de como isso traz ao personagem de Gustavo uma noção de espera e calma, algo que ele próprio busca em suas canções solo.
“É quase como uma resistência aos nossos tempos atuais, supersônicos. Essa calmaria que a natureza nos lembra constantemente de ser e voltar, é também um convite pra gente achar o nosso próprio tempo, deixar que nossas questões maturem do jeito delas e não no ritmo que o mundo impõe”, aponta Gustavo.
Sonoramente falando, “Picasso Blue” apresenta traços do indie folk, a partir de um arranjo de atmosfera orgânica, composto por piano, baixo, sintetizador, kalimba, flauta, samples e claro, a voz macia e o violão de Gustavo, mistura já tão característica de sua carreira solo. A produção musical é de Lucas Mayer.
“Essa música é uma volta ao folk depois de um disco mais experimental no piano. Confesso que é uma canção sobre uma obsessão pós-termino. Precisei fazer uma música singela que acolhesse um sentimento relativamente patético”, revela o compositor. “No fim das contas foi gostoso abrir mão do orgulho e lembrar que como compositor nem sempre a gente precisa expressar o que há de mais maduro ou belo em nós. Essa era a verdade que eu tinha pra entregar no momento e o aprendizado é que, paradoxalmente, foi o mais nobre a se fazer”, ele comenta.
Sobre o atual momento de sua carreira, Gustavo também reflete a respeito. Após quase dez anos fazendo parte de uma gravadora, ele agora passa a assumir sua carreira de modo totalmente independente e autônomo, coordenando todas as frentes de trabalho de modo mais íntimo e direto. “Sinto que a produção artística também muda a partir disso, eu me vejo com mais vigor e autonomia dentro desse formato de carreira. Claro que agora tenho mais coisas a fazer também e a maioria delas faço sozinho, mas vejo tudo isso com bons olhos e a sensação é de ver meu trabalho amadurecendo cada vez mais”, ele declara.
Gustavo Bertoni
A discografia de Gustavo Bertoni, músico, cantor e compositor brasiliense, remonta a 2015, com o lançamento do disco “The Pilgrim”. Na sequência vieram mais dois: “Where Lights Pours In” (2018) e “The Fine Line Between Loneliness and Solitude” (2020). Em 2021 Gustavo lançou uma série de faixas soltas e o EP “A More Translucent Haze” e no ano seguinte revelou “Logo Logo”, canção original produzida para o filme “Depois do Universo” (Netflix Brasil). “I Got My Eyes Fixed”, disco de 2023, foi produzido por Lucas Mayer e Mário Caldato Jr., no estúdio deste em Los Angeles (EUA).