“Banho de Sol” mostra a arte na vida da população carcerária

Ao questionar se a arte poderia proporcionar momentos de liberdade para mulheres em situação de cárcere, a atriz e professora de teatro Talita Braga idealizou e concretizou, ao longo de um ano, junto a outras artistas da Zula Cia de Teatro, um projeto de arte-educação em uma penitenciária feminina, com aulas semanais durante as duas horas do banho de sol. A experiência resultou no espetáculo documental Banho de Sol, que está em cartaz no Teatro Marília, com sessões no sábado (28/3) e no domingo (30/3), às 19h. Os ingressos custam R$20 (meia) e R$40 (inteira), e podem ser adquiridos pela plataforma Sympla ou na bilheteria, que abre duas horas antes do início do espetáculo.

Dirigido por Mariana Maioline e Talita Braga, que também assina a dramaturgia, Banho de Sol convida o público a olhar para as janelas que se abriram por meio da arte. Enquanto o espetáculo revela a dura realidade do sistema prisional, ele também destaca o poder da arte em humanizar e transformar.

O caráter documental da peça é fortemente marcado pelos escritos e áudios das alunas, capturados durante o projeto e compartilhados com o público. Durante a apresentação, algumas espectadoras são convidadas a subir ao palco com as atrizes e professoras, passando a experienciar os jogos teatrais realizados na penitenciária, e, juntas, elas constroem o “Banho de Sol” daquela noite.

Além da peça, o público também é convidado a visitar, no hall do teatro, a mesma exposição que foi apresentada na penitenciária: uma série de tsurus — objetos decorativos tradicionais japoneses, feitos de papel e geralmente em forma de pássaros —produzidos pelas mulheres encarceradas, acompanhados de relatos pessoais que compartilham suas histórias e experiências.

Foto: Guto Muniz