Entre os dias 5 a 27 de outubro acontece o 11º Festival de Primavera do Espaço Comum Luiz Estrela. A ocupação cultural de BH, que em 11 anos de resistência se tornou Centro Cultural, Museu de Território, sítio arqueológico e espaço de pesquisa e ação de diversos artistas da cidade, apresenta, este ano, o conceito “Brotações e Afloramentos”. A abertura acontece neste sábado, 5 de outubro, a partir das 10h30. Mais informações sobre a programação completa no Instagram do Estrela @espacoluizestrela.
A programação completa do 11º Festival de Primavera conta com nove oficinas, cinco visitas guiadas, cinco espetáculos e cenas curtas, um sarau comum, quatro shows musicais e quatro participações de DJs, quatro exposições/instalações e uma performance. Haverá, ainda, dois lançamentos de livros, uma sessão de cinema comentada seguida de bate-papo (com acompanhamento em Libras), quatro dias de almoço comum, três dias de Feirinha Estelar em versão reduzida e um dia de feirinha completa, e uma roda de capoeira para arrematar.
A 11ª edição do Festival de Primavera apresenta um cronograma que oferece atividades formativas nos dias de semana e apresentações e festas aos sábados. As atividades formativas são compostas por oficinas, visitas guiadas e ensaios abertos, de segunda a sexta-feira. Essa programação será aberta mediante inscrição, mas também com foco em receber escolas públicas vizinhas. Algumas oficinas terão preço popular de R$26,00 e outras serão gratuitas. As oficinas a preço popular contam com a reserva gratuita de vagas para cinco alunos. Estudantes pretos, pardos, indígenas, trans e pessoas sem condições financeiras podem se inscrever gratuitamente no Linktree https://l1nq.com/vOQc5.
Aos sábados, a programação se agita na casarona aberta para visitação, almoço comum, shows, espetáculos, performances, saraus e a tradicional feirinha que acontece das 11h às 17h. Uma ótima oportunidade de curtir um lugar cheio de personalidade com os amigos e com a família.
A proposta desta edição do Festival de Primavera é promover uma confluência de pequenos e grandes projetos que estão sendo feitos por componentes do coletivo e concretizá-los dentro do Espaço Comum durante o evento como uma teia de projetos que se fortalece e brota nesse solo fértil. Todas as pessoas que promoverão ações dentro da programação do festival fazem parte do projeto e contribuem, de alguma maneira, com o dia a dia do local.
Projetos inéditos do Estrela que estreiam no 11º Festival de Primavera
Na abertura do festival, dia 5 de outubro, às 10h30, haverá o lançamento do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e também o lançamento da medida de acessibilidade de audiodescrição do casarão. Após anos tentando acrescentar essas medidas, finalmente o coletivo conseguiu, através do Fundo Municipal de Cultura de Belo Horizonte, uma verba para deixar o espaço mais seguro para todos. Além da segurança das pessoas que constroem, colaboram e frequentam o espaço, o projeto visa assegurar também a casarona em si e toda sua riqueza histórica, arqueológica, artística e cultural.
No dia 5 de outubro, haverá uma sessão de cinema comentada e acompanhada em Libras, com exibição do documentário “Resgates”, uma produção da UFRJ que fala sobre o incêndio ocorrido no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Após a exibição do filme, o Núcleo de Restauro, juntamente com convidados e demais pessoas do coletivo estelar, vão conversar com o público sobre a importância do projeto Anti-Incêndio e quais os planos para executá-lo dentro do Espaço Comum Luiz Estrela.
O lançamento da medida de acessibilidade de audiodescrição será realizado nos principais cômodos da casarona para que as pessoas com deficiência visual possam conhecer melhor a história e a arquitetura do espaço. A construção do processo de audiodescrição aconteceu a partir de encontros entre o arquiteto Jon Olier, a poeta Elisa de Jesus, dois artistas com deficiência visual, o ator Dudu Melo e a bailarina Renata Mara, com produção de Luciana Lanza e Silvia Herval. A construção do roteiro também foi produzida durante encontros e conversas com café e pesquisas técnicas, visitas guiadas de teste, construção coletiva de textos e poemas e revisão dos artistas com deficiência visual.
Após o período de testes e gravações em estúdio, a medida passa a ser oferecida a partir do dia 5 de outubro em todos os sábados e em momentos de casa aberta com receptivo. Essas são grandes vitórias do coletivo estelar, que tem como missão principal preservar e restaurar o imóvel. O grupo tem feito esses trabalhos há 11 anos graças a pequenos editais, prêmios, campanhas de financiamento coletivo e também voluntariado e envolvimento da comunidade civil.
No decorrer das semanas do evento, serão oferecidas visitas guiadas sensoriais e teatralizadas, criadas especialmente para acolher escolas públicas vizinhas da região. Idealizada e apresentada pelo ator mascareiro Rafael Bottaro, a arquiteta cozinheira das artes Silvia Herval e o artista plástico e jardineiro Kenny Mendes, a visita percorre, de maneira lúdica, os espaços e histórias do casarão e do coletivo.
Outro projeto inédito muito especial para o Espaço Comum Luiz Estrela consiste numa coprodução com o centro cultural La Futileria, em Bogotá, na Colômbia, graças ao Fundo de Ajuda às artes cênicas iberoamericanas, Iberescena 2024. A conexão desses espaços aconteceu através do encontro da bailarina e produtora Luciana Lanza e do bailarino Fábio Costa, representando o Estrela e o Brasil; e do diretor e coreógrafo Vladimir Rodriguez, representando La Futileria e a Colômbia. A estreia do espetáculo será no dia 26 de outubro. Além do espetáculo, o colombiano Vladimir Rodriguez oferece, gratuitamente, oficina de seu Sistema de treinamento “Piso Móvil” para estudantes e profissionais das artes cênicas mediante inscrição prévia.
História do Espaço Comum Luiz Estrela
Na primavera de 2013, brotou na cidade de Belo Horizonte o Espaço Comum Luiz Estrela, semente plantada num local degradado, com histórico sombrio de uso, deixado ao esquecimento e ao abandono. Na primavera de 2024, a proposta é dar foco para o que está florescendo na casarona, abarcando tudo o que foi plantado, cuidado, colhido e replantado no ciclo de vida desse território ocupado. Para isso, haverá uma programação repleta de atividades realizadas pelos artistas e núcleos do próprio coletivo. O Estrela é conhecido por ser um coletivo que investiga a autogestão, onde o imóvel tombado faz a conexão de diversos núcleos e grupos de pesquisa e ação que, juntos, ocupam e cuidam do espaço.
SERVIÇO
11º Festival de Primavera do Espaço Comum Luiz Estrela
Data: 5 a 27 de outubro
Local: Espaço Comum Luiz Estrela – Rua Manaus, 348, bairro Santa Efigênia/São Lucas
Horário: a partir das 10h30
Lançamento do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e da medida de acessibilidade de audiodescrição
Data: 5 de outubro
Horário: às 10h30
Atividades formativas – oficinas, visitas guiadas e ensaios abertos
Data: de segunda a sexta-feira
Valor da inscrição: R$ 26,00
Número de vagas: cinco
Observação: Estudantes pretos, pardos, indígenas, trans e pessoas sem condições financeiras podem se inscrever gratuitamente
Link para inscrições e mais informações: https://l1nq.com/vOQc5
Instagram: @espacoluizestrela
Feira Estelar
Data: aos sábados, das 11h às 17h