Revista Cenário Minas

Comportamento de atleta do Judô alerta para cuidado com os olhos

As diversas competições esportivas na França mobilizam milhares de pessoas no mundo, torcendo intensamente por seus times e atletas. Um dos fatos inusitados e que movimentou as redes sociais envolveu o  judoca brasileiro William Lima, emocionando o público ao garantir a medalha de prata com uma atitude que poderia acarretar problemas graves à sua saúde ocular.

Durante a prova com o mongol Baskhuu Yondonperenlei, no Golden Score, ele perdeu uma de suas lentes de contato e aproveitou a pausa de retomada das posições de combate para  procurá-la no chão. Assim que encontrou, após indicação do árbitro, colocou logo no olho sem pestanejar.

Segundo a oftalmologista do Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães, a ação nunca é recomendada. As lentes de contato devem ser devidamente higienizadas para evitar alergias, infecções corneanas, lesões ou perfurações oculares, considerando a presença de detritos  agarrados ao material.

Uma das grandes preocupações médicas está na possibilidade de um indivíduo ser diagnosticado com a acanthamoeba. Trata-se de um protozoário de vida livre, presente em ambientes com água, ou simplesmente, úmidos, tanto limpos e naturais, quanto sujos e artificiais. Muitas vezes, o contágio é considerado acidental, porém, pode significar a perda da visão.

O protozoário tem potencial para desencadear uma ceratite ou úlcera ocular, porque se prende ao material das lentes, principalmente daquelas que possuem origem gelatinosa, facilitando a aderência. Posteriormente, transfere-se para a córnea, a camada transparente e protetora do globo ocular, passando a se alimentar dela.

O atleta agiu no calor do momento, uma vez que a maior preocupação, era pontuar para terminar a luta e avançar em busca de medalha, objetivo alcançado. Contudo, em situações como essa, a recomendação é retirar a lente, assim que possível, de maneira imediata, para uma avaliação.

Os principais sintomas envolvem a presença de uma dor ocular intensa, que se estende para a cabeça na mesma proporção de dor, sensibilidade à luz, visão desfocada, vermelhidão, sensação de um corpo estranho dentro do olho e a lacrimação excessiva.

Para Paula, qualquer um desses sinais é suficiente para suspender o uso das lentes imediatamente e consultar um oftalmologista. O diagnóstico precoce permite um tratamento mais rápido e assertivo, evitando a progressão do problema a um nível avançado e grave.

A situação requer atenção aos hábitos de higiene. É imprescindível manusear as lentes com as mãos limpas, assim como, guardá-las em produto de limpeza adequado. Vale lembrar que as lentes não devem ser usadas por longas horas, para dormir, ou na água, durante o banho, na banheira ou piscinas e não substituem, em hipótese alguma, os óculos, cuja função é permitir um descanso ocular e melhor oxigenação do órgão.

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