Com base na Pesquisa Mensal do Comércio de junho de 2025, o Núcleo de Estudos Econômicos da Fecomércio MG analisou os dados do IBGE sobre o setor, incluindo o desempenho do varejo restrito e do varejo ampliado.
O volume de vendas do comércio varejista em Minas Gerais registrou aceleração de 0,5% em junho, superando a média nacional. Em contrapartida, o Brasil teve uma desaceleração de -0,1% em relação ao mês de maio. Na comparação anual, Minas Gerais cresceu 1,5% em relação a junho de 2024, um desempenho menor do que o crescimento de 3,1% registrado em junho de 2024. O Brasil, na mesma comparação, teve um crescimento de 0,3%. Nos últimos 12 meses (julho de 2024 a junho de 2025), o Brasil registrou um crescimento de 2,7%, enquanto Minas Gerais teve um crescimento de 1,9%.
No comércio ampliado, Minas Gerais apresentou uma desaceleração de -1,5% em junho em relação ao mês anterior, resultado acima da média nacional, que retraiu -2,5% no período analisado. Entretanto, o desempenho do varejo ampliado mineiro no acumulado do ano (janeiro a junho de 2025) foi de equilíbrio (0,0%), enquanto o Brasil teve uma aceleração de 0,5%. Para a economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, a estabilidade do comércio varejista ampliado de Minas Gerais, no acumulado do ano, é bem avaliada, especialmente em comparação com a desaceleração observada em seis outros estados da federação (São Paulo, por exemplo, retraiu -1,1% nesta avaliação). “O resultado observado no acumulado do ano em Minas Gerais representa uma estabilidade do comércio varejista ampliado. Em um cenário desafiador, em que as taxas de juros se encontram muito altas, o que afeta diretamente os setores do comércio de bens duráveis, esse desempenho acaba por ser positivo”, explica.
As atividades que se destacaram positivamente no acumulado do ano para Minas Gerais foram “Veículos, motocicletas, partes e peças” com aceleração de 2,0%. No contexto nacional, “Material de construção” teve aceleração de 2,7%. “Isso sugere que o consumidor mineiro manteve seu poder de compra em itens mais cotidianos, mas segurou gastos com bens de maior valor”, explica a economista.