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Minas tem quatro filmes premiados no CineBaru, maior mostra de cinema do noroeste mineiro

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Crédito: Amanda Canhestro

Em sua 8ª edição, anuncia quase 30 filmes em cartaz e tem como objetivo descentralizar e democratizar o acesso ao cinema, fortalecendo produções nos estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Distrito Federal

Dos seis filmes premiados na 8ª edição do CineBaru – Mostra Sagarana de Cinema, quatro deles são mineiros. O anúncio foi feito durante a sessão de encerramento da Mostra, que aconteceu entre os dias 19 e 21 de setembro. Para este ano foram quase 30 curtas-metragens de até 30 minutos, sendo 21 filmes concorrendo na Mostra Competitiva Regional Baiangoneira e na Mostra Infantil Sertãozin, com 7 filmes. Além dos curtas, o festival também ofereceu pela primeira vez o Sagarana CineLab, laboratório para a elaboração de novos filmes, para os cinco projetos selecionados, três oficinas e um restaurante comunitário gerido por mulheres da comunidade.

Entre os filmes premiados está “Soneca e Jupa”, que foi o escolhido pela “Seleção Especial SescTV”, recebendo um prêmio no valor de R$5.000 referente a um contrato de exibição por dois anos na programação da emissora. A colaboração entre o CineBaru e o SescTV acontece desde 2018 e contribui na missão da Mostra de democratização do acesso ao cinema. Com duração de 19 minutos e dirigido pelo diretor Rodrigo R. Meireles, o curta conta a história de dois amigos de infância, um deles, o Jupa, está passando por uma fase difícil e é convidado pelo amigo para fazer uma viagem de despedida da Kombi.

O prêmio de Júri Técnico foi recebido pelo filme “Lapso”, da diretora Caroline Cavalcanti, que conta a história de dois adolescentes, Bel e Juliano, da periferia de Belo Horizonte, que cumprem medidas socioeducativas onde passam a compartilhar afetos e incerteza diante da dureza dos dias, da repressão e do esquecimento do sistema.

Outros dois filmes receberam ainda Menção Honrosa. “O Silêncio Elementar”, de Mariana de Melo, conta a história do estado de Minas Gerais e como sua identidade e até mesmo a topografia foram influenciadas pela indústria minerária. Entrelaçando imagens documentais, imagens de arquivo e cenas ficcionais, o filme desafia a maneira como olhamos e pensamos sobre a paisagem.

Já o curta “Nunca Pensei Que Seria Assim”, de Meibe Rodrigues, através de memórias do próprio passado, a artista Meibe Rodrigues propõe uma reflexão sobre negritude e escrevivência – conceito criado por Conceição Evaristo que trata das experiências escritas vividas por pessoas negras.

Além da exibição de filmes, o CineBaru realizou pela primeira vez o Sagarana CineLab, uma espécie de laboratório em pleno sertão mineiro que neste ano selecionou cinco projetos para elaboração de filmes longa-metragem e três oficinas, onde os participantes podem colocar a mão na massa, realizando a troca de experiências entre pessoas de diferentes regiões e vivências. A Mostra também contou com cerca de 200 alunos de escolas estaduais e municipais que receberam aulas educativas e puderam acompanhar os filmes infanto-juvenis selecionados para a Mostra Infantil Sertãozin.

Mais de 300 pessoas compareceram ao CineBaru provenientes dos estados Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal e puderam prestigiar filmes com produções independentes, longe dos eixos-culturais tradicionais, descentralizando e democratizando o acesso ao cinema. No sertão mineiro, em Sagarana, distrito de Arinos (MG), com uma tela de cinema inflável, em um campinho de futebol e com cadeiras de bambu feitas à mão, o CineBaru traz há oito anos um olhar sensível principalmente nas questões ligadas ao meio ambiente e em como a emergência climática afeta os modos de vida de todos, em distintas proporções.

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