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Estudo inédito mostra a alergia alimentar em idosos

Consumo exagerado de álcool, infecções crónicas, e polimedicação estão entre os fatores de risco para AA Pesquisa mostra que alergia alimentar predomina em mulheres idosas
Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) mostra a prevalência de alergia alimentar (AA) em idosos. Coordenado pelo Professor Dr. José Laerte Boechat e com a participação de vários alergistas e imunologistas brasileiros, o levantamento concluiu que nas últimas décadas houve um aumento na prevalência de AA (e de outras doenças alérgicas) na faixa etária acima dos 60 anos, com mecanismos patogênicos e sintomas peculiares que, muitas vezes, dificultam o correto diagnóstico. “Diversos fatores influenciam a perda da tolerância imunológica e a maior suscetibilidade à AA no idoso. Neste sentido, destacam-se as alterações na composição da microbiota intestinal, o declínio na função de barreira intestinal e a mudança da resposta imune adaptativa para um padrão Th2 (imunosenescência), levando a dano persistente e inflamação do epitélio intestinal”, explica Dr. Boechat. O consumo exagerado de álcool, infecções crônicas, multimorbidade, polimedicação e efeitos colaterais de medicamentos podem ser citados como fatores de risco adicionais para a sensibilização a alérgenos alimentares em idosos. Até o momento, quase todos os estudos sobre prevalência de AA em adultos e idosos foram realizados na Europa ou nos Estados Unidos. Utilizando questionário padronizado e validado para a língua portuguesa, Dr. Boechat realizou um estudo brasileiro epidemiológico transversal pioneiro, com o objetivo de conhecer a prevalência de AA auto-relatada em idosos (≥ 60 anos). Resultados: Os questionários foram aplicados por médicos alergologistas associados à ASBAI em todas as cinco regiões do Brasil, no período de outubro de 2022 a outubro de 2023, envolvendo um total de 632 idosos. Os resultados preliminares mostram que a prevalência de AA auto-relatada em idosos brasileiros varia entre 5,5% e 18,8% (dependendo dos critérios considerados), predominando no sexo feminino e em idosos com história pessoal e familiar de alergia. Quanto aos alimentos mais comumente envolvidos destacam-se os frutos do mar, leite de vaca e frutas frescas. Já as manifestações clínicas envolvendo a pele e o trato gastrointestinal são as mais frequentes. Não foram observadas diferenças na prevalência de alergia alimentar nos idosos em relação a nível de escolaridade ou região de residência (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). “Apesar de sabermos que estudos epidemiológicos baseados no auto-relato tendem a superestimar os achados, nossos resultados estão em linha com estudos semelhantes realizados em outras regiões do mundo (nomeadamente nos EUA). Além do mais, trata-se do primeiro estudo nacional sobre o tema, lançando luz sobre um assunto não estudado até o momento em nosso País”, ressalta o Coordenador da pesquisa.

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