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Inhotim celebra 20 anos com programação especial em 2026

Em 2026, o Instituto Inhotim celebra duas décadas de abertura ao público e convida visitantes de todas as partes do mundo a revisitar suas origens e projetar o futuro. Guiado pela ideia de que é sempre tempo de Inhotim, o ano inaugura um ciclo de comemorações que se estende por todo o calendário, com uma programação que atravessa as três frentes de atuação da instituição: arte, natureza e educação, em experiências que ampliam o diálogo entre criação, território e comunidade.

Ao longo do ano, o Inhotim realiza oito inaugurações, com nomes importantes da cena da arte. Entre os destaques da programação estão a festa de aniversário, que contará com programação especial e será gratuita; uma exposição comemorativa dos 20 anos do Inhotim, que revisita marcos da trajetória do museu e propõe um olhar sobre o futuro da instituição; uma escultura monumental e inédita de Lais Myrrha, comissionada especialmente para o parque; e o retorno de The Murder of Crows (2009), de Janet Cardiff & George Bures Miller, instalação sonora e um dos trabalhos mais populares já apresentados no museu de Brumadinho.

O ano inclui ainda a reforma e incorporação de uma nova obra na Galeria Cildo Meireles: Missão/Missões (Como construir catedrais) (1987), consolidando o conjunto de obras em exibição como o mais importante de Meireles. Além disso, Inhotim apresenta exposições individuais de Dalton Paula e davi de jesus do nascimento. Está confirmada também mais uma edição do Seminário Internacional Transmutar, duas edições do programa O que é…? e seis edições da Feira Experiência Brumadinho.

Mais do que celebrar uma trajetória, o Inhotim propõe um olhar em espiral: um movimento de memória, (re)descoberta e reinvenção, em que o tempo não se fecha, mas se expande. Nesse espírito, o museu-parque, reconhecido como o maior museu a céu aberto da América Latina, segue expandindo o diálogo entre arte contemporânea, conservação da biodiversidade e formação de público, reunindo exposições de arte, projetos formativos, seminários, laboratórios e ações educativas que dialogam com Brumadinho e com o mundo.

JanetCardiff e GeorgeBures, The Murder of Crows (2008). Foto: Pedro Motta

 

Variações do contemporâneo

A programação artística do ano propõe um diálogo entre nomes consagrados e novas gerações, revisitando obras que marcaram a história do museu e apresentando criações inéditas que ampliam a relação entre arte, território, natureza e público. O percurso curatorial destaca a multiplicidade de perspectivas que compõem o campo da arte hoje.

O calendário de arte contempla oito novos projetos, entre galerias e obras comissionadas. O ano se inicia em 07 de fevereiro, com O Barco – Ato III (2026), de Grada Kilomba,com a vídeo-projeção inédita Opera to a Black Venus (2024) que se junta à instalação O Barco (2021) e encerra o ciclo iniciado em 2024 no Inhotim. Na ocasião, a artista participa de uma conversa pública. Em seus três atos, O Barco criou um memorial cuja experiência imersiva abriu espaços de reflexão sobre diáspora, violência e memória, tornando-se um fenômeno de público e crítica no Inhotim. Na mesma data, o museu apresenta Esconjuro – Verão (2026), de Paulo Nazareth, quarta e última etapa de uma série de exposições que evocam espiritualidade, território e ancestralidade afro-brasileira. A mostra propõe um rito de purificação e resistência, em diálogo com a estação, o verão e o contexto mineiro.

Em 25 de abril, três novas exposições abrem ao público. Dalton Paula ganha uma mostra panorâmica que reúne obras inéditas e trabalhos icônicos, ampliando discussões sobre processos de cura e identidades negras e as maneiras como educação, cuidado e transmissão de saberes moldam experiências coletivas. Lais Myrrha apresenta Contraplano (2025), obra comissionada que transforma arquitetura em paisagem, convidando o visitante a habitar o espaço por meio da observação do horizonte, em uma “marquise de montanha” que dissolve os limites entre arte e território. Já davi de jesus do nascimento estreia na recém-reformada Galeria Nascente, com uma instalação inspirada nas margens do Rio São Francisco, onde matéria, espiritualidade e memóriase entrelaçam em um espaço rebatizado e requalificado a partir de uma edificação já existente, em linha com a proposta da atual gestão de revisitar estruturas do próprio Inhotim e apresentar novos modos de ativá-las.

O segundo semestre será marcado pela exposição comemorativa dos 20 anos do Inhotim, inaugurada em 12 de setembro. A exposição, que será instaladano Centro de Educação e Cultura Burle Marx, traz, por meio de abordagem imersiva, um apanhado histórico sobre o museu localizado em Brumadinho. Personagens, paisagens e histórias compõem a mostra, resultado de longa pesquisa documental.

Em 17 de outubro, duas inaugurações marcam o calendário: a requalificação da Galeria Cildo Meireles, que passa a abrigar a instalação Missão/Missões (Como Construir Catedrais) (1987), ao lado de Desvio para o vermelho (1967-1984), Através (1983-1989) e Glove Trotter (1991); e o retorno da emblemática The Murder of Crows (2009)de Janet Cardiff & George Bures Miller, cuja arquitetura sonora, composta por 98 alto-falantes, proporciona uma experiência sensorial imersiva, ao misturar realidade e sonho, presente e passado. No dia 18 de outubro, o público será convidado para celebrar o aniversário da instituição. A programação especial será gratuita e apresentará um show musical, a ser divulgado em 2026.

“O ano de 2026 homenageia a história do Inhotim, ao mesmo tempo em que reafirma o caráter inovador do projeto, dando ênfase à vocação deste museu: criar experiências únicas, por meio do encontro entre arte e natureza no território de Brumadinho. Vamos comissionar obras, requalificar galerias importantes, apresentar pesquisas únicas e convidar o público para (re)visitar este museu, que está sempre em transformação”, diz Júlia Rebouças, Diretora Artística do Inhotim.

Cildo Meireles. Missão-missões (1987). Foto: Edouard Fraipont

O que sustenta o tempo

Com duas décadas de atuação, o Inhotim celebra não apenas sua relevância cultural e ambiental, mas também a profunda transformação de gestão iniciada em 2022. Na ocasião, o Instituto passou por um marco histórico: a doação integral e irrevogável de seu acervo artístico e botânico, toda sua área de visitação, e de seus ativos pelo fundador, consolidando um novo modelo institucional, visando sua autonomia, perenidade e sustentabilidade.

A partir desse momento, inaugurou-se um ciclo decisivo de fortalecimento da governança, modernização administrativa e implantação de processos transparentes, essenciais para garantir o futuro do Museu. Entre 2022 e 2025, a instituição avançou na estruturação de sistemas internos, na revisão de políticas, na criação de mecanismos de controle e na construção de uma cultura organizacional baseada em dados, metas e resultados.

“Desde a doação, o Inhotim entrou em um novo capítulo de sua história. Investimos intensamente em gestão, governança e institucionalização, e esses movimentos já mostram resultados: expandimos e fortalecemos a programação, ampliamos o acesso gratuito e requalificamos nossos programas de arte, natureza e educação, alinhados com nossa Missão, Visão e Valores. Em 2026, seguimos aprofundando esse caminho, que consideramos virtuoso e essencial para o futuro do Inhotim e para a visão de 2030”, afirma Paula Azevedo, diretora-presidente do Museu.

Nesse caminho, o Anoitecer Inhotim, evento de arrecadação de fundos para o museu, que chega à sua 4ª edição entre 11 e 13 de setembro, também reflete a maturidade institucional. O evento ganha formato inovador, com a programação expandida durante um final de semana, desenhada para ser uma experiência inédita e inesquecível.

Paralelamente, a instituição segue investindo em seus programas de relacionamento, como Amigos do Inhotim e Patronos Inhotim, agora com foco internacional, fortalecendo seus vínculos com uma comunidade diversa e comprometida com o futuro de um lugar singular no mundo.

O Instituto também tem trabalhado conjuntamente com parceiros institucionais, empresas que acreditam e investem no poder transformador da arte, da educação e da natureza por meio das leis de incentivo à cultura, mecanismo que amplia a participação e o acesso da sociedade a cultura e garante transparência e continuidade às ações.

Tempo para a Natureza, Educação e Território

Seminário Internacional Transmutar — realizado nos dias 6 e 7 de junho, durante a Semana Internacional do Meio Ambiente — segue como um fórum qualificado dedicado a discutir transição ecológica, práticas regenerativas e o papel das instituições culturais diante das urgências climáticas.

O encontro internacional se consolidou como espaço de escuta, proposição e coalizão, conectando pesquisadores, lideranças comunitárias, artistas, gestores ambientais e o público. O evento ocorre em um contexto de virada da instituição, que tem redirecionado o seu Programa de Natureza.

“Hoje, Inhotim, que nasceu como uma coleção particular, transita o seu posicionamento de um lugar focado no colecionismo para uma instituição que também se dedica à conservação de espécies de seu território. Abrigamos, aqui, uma rica diversidade botânica e guardamos fragmentos de mata nativa em processo de regeneração, que contribui com estoque de carbono. Nossas pesquisas e o nossa atuação quer reforçar essa vocação”, reflete Alita Mariah, Diretora de Natureza, Infraestrutura e Operações.

No Programa de Educação e do Território, o destaque é a concessão de 79 bolsas de pesquisa e incentivo, em um aporte total de $ 240 mil, que serão distribuídas entre os programas Descentralizando o Acesso, Bolsa de Pesquisa Arte & Natureza, LAB Mães, LAB Arte& Natureza, LAB Jardim e Bolsa Arte & Natureza na Escola. Esses projetos atendem a jovens, adultos e mães de Brumadinho, além de professores de todo o país. Os recursos fortalecem processos de autonomia intelectual, econômica e comunitária, alinhados às metas institucionais de inspirar mundos e cuidar do território. O Programa de Educação e Território do Inhotim impactou, nos últimos 4 anos, mais de 126 mil pessoas e projeta alcançar mais em 2026, com um público diverso que contemple redes públicas e privadas de ensino de Minas Gerais, universidades, moradores e moradoras de Brumadinho, além das pessoas que participam das atividades do museu diariamente.

“Quando falamos de arte, natureza e de educação, no Inhotim, estamos falando de território, principalmente. Os nossos programas e as nossas ações olham para Brumadinho, cidade que é o nosso lar. Pensar a nossa atuação sob esse viés, em nosso aniversário de 20 anos, é uma maneira de celebrar e festejar junto com o a cidade que projetou o Inhotim para o mundo”, conclui Paula Azevedo.

CALENDÁRIO – INHOTIM2026

Fevereiro: Inaugurações com Grada Kilomba e Paulo Nazareth

Abril: Inaugurações com Dalton Paula, davi nascimento de jesus e Lais Myhrra Junho: III Seminário Internacional Transmutar

Setembro: Inauguração da exposição Inhotim 20 anos e Anoitecer Inhotim

Outubro: Inaugurações com Cildo Meireles, Janet Cardiff & George Bures Miller e Festa de Aniversário

 

 

Cenario Minas
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