26.7 C
Belo Horizonte
qua, 19 novembro 25

Escritora mineira Sarah Munck lança obra poética

Sarah Munck é poeta, professora e pesquisadora. Natural de Juiz de Fora (MG), é graduada, mestre e doutora em Letras pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Atua como professora efetiva do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG), campus Santos Dumont. Com menção honrosa no Prêmio Ria Livraria, é autora de “O diagnóstico do espelho” (2023) e agora lança “Esquecemos os Nomes dos Pássaros” (2025).

“Esquecemos os nomes dos pássaros” (Provérbio Editora, 97 págs.) é o novo livro da poeta e professora Sarah Munck. A obra constrói uma narrativa poética engajada com as dores coletivas e as resistências íntimas, colocando a linguagem a serviço da memória e da denúncia. O texto da quarta capa é assinado pela escritora Mírian Freitas e o posfácio pela escritora Gisela Maria Bester. O lançamento da obra acontece no dia 28 de novembro (sexta-feira), às 18h30, no Fórum da Cultura, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Com uma escrita que transita entre o lírico e o político, Sarah tece versos que dão corpo a experiências historicamente silenciadas. O livro é atravessado por vozes femininas, memórias de guerra, violências cotidianas e a urgência de não esquecer. “Busquei construir um tecido de imagens que se expandem entre o íntimo e o político, revelando as marcas da violência, da guerra e da desigualdade social”, explica a autora.

A publicação foi viabilizada pelo Edital Murilão do Programa Cultural Murilo Mendes, da Fundação Cultural Ferreira Lage (FUNALFA), pela parceria com a Provérbio Editora, ambos sediados em Juiz de Fora, cidade natal da autora”. O edital se destaca pela questão da acessibilidade — por meio do QR code localizado na capa, o leitor terá acesso a uma pasta que contém a audiodescrição da capa, vídeos com voz e a interpretação em Libras de todos os poemas. A declamação dos poemas foi feita pela própria autora e a interpretação em Libras foi realizada por uma profissional da área.

A estrutura da obra é organizada em seções temáticas, como “enxoval”, “extermínio” e “angelus novus”, criando um mosaico de poemas que dialogam entre si por ecos e ressonâncias. Um dos fios condutores é a figura de “Kitty”, do diário imaginário de Anne Frank, que aparece em cartas ao longo do livro. “Ao dirigir-me a ela em alguns poemas, busquei recriar esse gesto de Anne: o de escrever para alguém que escuta, mesmo em meio ao silêncio e à guerra”, revela Sarah. “A palavra ‘Kitty’ me permite escrever para além de mim. É uma escuta, uma confidente, uma forma de registrar o que muitas mulheres ainda não puderam dizer em voz alta. Ao falar com ela, dialoga com todas as meninas silenciadas pela violência, mas também com aquelas que continuam vivas, insistindo em narrar o próprio tempo. ”

Além de Anne Frank, a autora estabelece diálogos literários e filosóficos com Walter Benjamin, Heba Abu Nada, Federico García Lorca e Maria Teresa León, entre outras vozes. Essas referências ampliam o alcance da obra, que se propõe a “interceptar e realocar a palavra como um abrigo para as memórias feridas”. Sarah reflete: “Acredito que a poesia pode preservar o humano em meio à perversidade. Por isso, minha escrita busca unir crítica e lirismo, política e afeto, denúncia e consolo”.

Escrever como um ato ético e estético

Segundo a autora, o processo de escrita do livro foi intenso e imersivo. “Foram meses de mergulho e vigília, em que a palavra se tornou refúgio e denúncia, gesto de empatia e de reconstrução”, conta. “Ao final desse percurso, compreendi que escrever não é apenas um ato estético, mas também ético, uma tentativa de restaurar sentido e humanidade em um tempo que tantas vezes parece perdê-los”.

Esquecemos os nomes dos pássaros se afirma, assim, como um manifesto poético e ético, que transforma a experiência da violência em palavra viva, denuncia a indiferença e reafirma a potência da arte como forma de sobrevivência e de recomeço. Nas palavras da poeta, “é preciso reconhecer os pássaros, de seu canto e voo diante das ruínas”.

SERVIÇO

Lançamento de Esquecemos os nomes dos pássaros

Data: dia 28 de novembro (sexta-feira)

Horário: às 18h30

Local: Fórum da Cultura, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Cenario Minas
Cenario Minashttps://cenariominas.com.br
Revista Cenário's ou (Portal Cenário Minas) é uma revista digital de variedades que destaca a vida na capital nas suas mais diferentes vertentes: sociedade, comportamento, moda, gastronomia, entre outros temas. A publicação digital se notabiliza pela absoluta isenção editorial e por praticar um jornalismo sério, correto e propositivo, cuja credibilidade e respeito ao leitor são seus apreços primordiais.

Posts Relacionados

Vila Galé e Prefeitura de Brumadinho assinam aquisição do terreno

Dando continuidade ao seu plano de expansão no Brasil,...

Viagem gastronômica revela a “alma” dos países

"Acreditamos que a fluência se constrói na imersão cultural....

MOVIMENTO BH CIDADE DO BEM realiza evento neste sábado

O MOVIMENTO BH CIDADE DO BEM, liderado pela Rede...

Duelo de MCs Nacional 2025 reúne artistas de todo país

A 13ª edição do maior encontro da cultura Hip...

Novidades

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui