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dom, 29 junho 25

Teste do Pezinho: médica tira todas as dúvidas

O exame é gratuito, obrigatório e pode identificar doenças graves e raras logo nos primeiros dias de vida do bebê

Realizado entre o 3º e o 5º dia de vida, o Teste do Pezinho é um exame essencial para garantir a saúde do recém-nascido. Gratuito e obrigatório pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ele permite identificar doenças silenciosas e graves antes mesmo do surgimento de sintomas.

“Esse exame é uma das principais ferramentas de prevenção em saúde pública. Muitas das doenças detectadas não apresentam sinais logo após o nascimento, mas, se não diagnosticadas e tratadas rapidamente, podem causar danos neurológicos, metabólicos e até levar à morte”, explica Andréa Kasmim Barcellos, médica da área de pediatria do AmorSaúde.

Como é feito o Teste do Pezinho?

Segundo Andréa, o procedimento é simples: algumas gotas de sangue são coletadas do calcanhar do bebê e aplicadas em um papel filtro. Esse material é analisado para identificar doenças metabólicas, genéticas e infecciosas. Entre as condições rastreadas na versão básica do exame estão:

  • Hipotireoidismo congênito;
  • Fenilcetonúria;
  • Deficiência de biotinidase;
  • Fibrose cística;
  • Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias;
  • Hiperplasia adrenal congênita;
  • Toxoplasmose congênita.

Em 2021, foi sancionada a Lei nº 14.154, que determina a ampliação progressiva do Teste do Pezinho para incluir até 50 doenças no painel básico. Embora a mudança ainda esteja em fase de implementação em grande parte do país, alguns estados, como Minas Gerais, já se destacam: por lá, o exame oferecido pelo SUS foi expandido e hoje rastreia até 60 doenças raras. Esse avanço coloca o estado em uma posição de referência nacional e fortalece o Brasil como um dos países mais avançados do mundo em triagem neonatal.

O que acontece após a coleta?

De acordo com a médica, após a realização do teste, é fundamental que os pais fiquem atentos a qualquer contato da unidade de saúde. Se alguma alteração for identificada, o bebê será chamado para uma nova coleta ou para exames complementares.

“Nem sempre uma alteração significa que o bebê tem a doença. Pode ser resultado de interferências na coleta ou em outras variáveis. O importante é garantir um acompanhamento imediato”, orienta a profissional. Quando confirmada, a condição é tratada com uma equipe especializada. Em muitos casos, mudanças simples na dieta, suplementação ou medicamentos contínuos são suficientes para garantir qualidade de vida ao bebê.

Teste básico e teste ampliado: qual a diferença?

Atualmente, o SUS oferece a versão básica do teste, que rastreia sete doenças. Já a versão ampliada, disponível em redes privadas e em algumas regiões do país, pode detectar dezenas de condições adicionais. De acordo com a Lei nº 14.154, a ampliação do Teste do Pezinho no SUS será feita de maneira progressiva, seguindo as seguintes etapas:

Etapa 1: manutenção das doenças já rastreadas:

  • Fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias;
  • Hipotireoidismo congênito;
  • Doença falciforme e outras hemoglobinopatias;
  • Fibrose cística;
  • Hiperplasia adrenal congênita;
  • Deficiência de biotinidase;
  • Toxoplasmose congênita.

Etapa 2: inclusão de novas doenças metabólicas:

  • Galactosemias;
  • Aminoacidopatias;
  • Distúrbios do ciclo da ureia;
  • Distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos.

Etapa 3: doenças lisossômicas:

  • Ampliação para o rastreamento de diversas doenças lisossômicas, que afetam o metabolismo celular

Etapa 4: imunodeficiências primárias:

  • Inclusão do rastreamento de imunodeficiências primárias, que comprometem a defesa natural do organismo

Etapa 5: Atrofia muscular espinhal (AME):

  • Por fim, o teste passará a detectar a atrofia muscular espinhal, uma doença genética rara que pode causar fraqueza e atrofia muscular progressiva.

Mitos e verdades sobre o Teste do Pezinho

Apesar de sua importância, o Teste do Pezinho ainda é cercado por dúvidas. Confira os principais mitos e verdades sobre o exame:

Verdade: O teste é obrigatório por lei

Sim! Desde 1992, o exame é obrigatório no Brasil, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente. Não realizar o teste pode configurar negligência médica ou dos responsáveis.

Mito: Só precisa fazer se o bebê parecer doente

Errado! Muitas doenças rastreadas pelo teste são silenciosas e não apresentam sintomas logo após o nascimento. Quando os sinais aparecem, os danos já podem ser irreversíveis.

Mito: O exame dói muito e causa sofrimento

Não! A coleta é feita com uma pequena punção no calcanhar, que causa apenas um leve incômodo, rapidamente esquecido pelo bebê. O maior risco está em não realizar o exame.

Verdade: O teste pode salvar vidas

Sem dúvida! A detecção precoce permite iniciar tratamentos antes que a doença cause complicações graves, garantindo mais qualidade de vida e, muitas vezes, sobrevivência.

Mito: Se o resultado der alterado, significa que o bebê está doente

Não necessariamente. Um resultado alterado indica a necessidade de uma nova investigação.

Verdade: O Brasil é referência mundial no Teste do Pezinho

Sim! O país está entre os mais avançados do mundo na triagem neonatal e, desde 2021, a Lei nº 14.154 prevê a ampliação progressiva do exame, com a inclusão de novas doenças no painel básico.

“A triagem neonatal é um marco na prevenção de doenças graves e evita que milhares de crianças sofram com complicações que poderiam ser prevenidas”, reforça Andréa. Por isso, pais e responsáveis devem se informar, garantir a realização do exame dentro do prazo e acompanhar atentamente os resultados.

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