Em meio à efervescente cena do cinema independente brasileiro, nasce Pipa, um curta-metragem que promete tocar o público ao abordar um tema tão delicado quanto necessário: a violência nas comunidades cariocas e suas vítimas invisibilizadas. Sob a direção, roteiro e produção de STEPHANO, o filme acompanha Roger (8 anos) e Jonatan (12 anos), duas crianças que, em um dia ensolarado, apenas queriam se divertir soltando pipa. No entanto, o inesperado acontece.
“Esse filme é um grito de alerta. As gravações foram realizadas no Rio de Janeiro e queremos mostrar quantos sonhos são interrompidos, quantos futuros são negligenciados, a luta diária de muitos”, afirma STEPHANO.
*Do sonho ao cinema: a jornada de STEPHANO*
Nascido em Belo Horizonte, STEPHANO sempre teve o cinema como paixão. Formado em artes cênicas, iniciou sua carreira nos palcos e campanhas publicitárias, mas foi no audiovisual que encontrou sua verdadeira vocação. Em 2016, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou como assistente de produção e direção em diversas produções. “Aprendi a fazer de tudo no set. Cada experiência me trouxe mais conhecimento e, ao mesmo tempo, mais vontade de contar as minhas próprias histórias”, destaca o cineasta.
Foi assim que, em 2024, ele decidiu tirar Pipa do papel. Com poucos recursos, mas muita determinação, encontrou apoio em uma equipe apaixonada pelo projeto. “Fazer cinema independente no Brasil é um desafio diário. Ouvi muitos ‘nãos’, mas os ‘sins’ que recebi foram dos profissionais certos, das pessoas que entenderam a importância desse filme”, relata.
Para viabilizar a produção, STEPHANO recorreu ao financiamento coletivo e, paralelamente, buscou formas alternativas de renda. “Mudei para um lugar mais barato, trabalhei como barman, fiz eventos… tudo para garantir que esse filme saísse do papel”, relembra.
*Cinema como ferramenta de transformação*
Mais do que uma obra cinematográfica, Pipa se propõe a ser um manifesto visual. “O cinema precisa provocar. Você pode sair da sala alegre, reflexivo ou até mesmo incomodado. O que não pode é sair da mesma forma que entrou”, reflete o diretor.
Agora, o filme entra na fase final de produção, com a expectativa de alcançar festivais e plataformas que possam ampliar sua mensagem. “Minha maior realização será ver essa história sendo contada e impactando quem a assistir. Porque essas crianças, essas histórias, precisam ser lembradas”, conclui STEPHANO.