Revista Cenário Minas

Marcos Chuairi: O Som que Vem da Alma

Nascido em 1960, em solo carioca, Marcos Chuairi cresceu embalado por uma trilha sonora familiar que, mais tarde, se transformaria em seu propósito de vida. Foi aos 10 anos de idade que o menino Marcos descobriu o poder transformador da música — e tudo graças ao som mágico de um violão, vindo das mãos de seu pai, o Sr. Siman, um violonista de ouvido preciso e alma apaixonada.

“O dia em que vi meu pai tirando um violão de um canto da casa e começando a tocar… ali tudo mudou. Eu não apenas ouvi música — eu fui atravessado por ela”, relembra Marcos com os olhos marejados.

Começou, então, seu caminho no violão. Estudou, praticou, se dedicou. Não demorou para ganhar sua primeira guitarra, um símbolo de liberdade criativa que carrega com orgulho até hoje. Em 1973, fundou sua primeira banda, Os Basílios, um grupo que nasceu no espírito do rock, mas que sempre teve espaço para a fusão de estilos — característica que marcaria a carreira de Marcos dali em diante.

A Era de Ouro do Rock Carioca

Nos anos 1980, Marcos mergulhou com tudo na cena musical alternativa do Rio de Janeiro. Foi através da mítica Rádio Fluminense FM — conhecida como “A Maldita” — que seu trabalho ganhou destaque. Participou da banda O Trem, e com ela fez história ao tocar na inauguração do Circo Voador, na Lapa, em 1982. O espaço viria a se tornar um dos palcos mais importantes do Brasil, e Marcos esteve lá desde o primeiro acorde.

A parceria com O Trem rendeu frutos e fãs, colocando seu nome entre os talentos inquietos daquela geração de músicos que buscavam ir além dos padrões da indústria fonográfica.

Blues, Emoção e Sentimento

Na década seguinte, a versatilidade de Marcos se manifestou com ainda mais intensidade. Ele integrou a banda Suburblues, levando sua guitarra e voz para palcos que respiravam intensidade. Ao lado do lendário Celso Blues Boy, abriu diversos shows — inclusive no próprio Circo Voador — vivendo de perto a energia do blues nacional, com solos que pareciam contar histórias de vida, dor e superação.

Marcos nunca se limitou a um único estilo. “Minha música é feita com o coração, com aquilo que pulsa. Misturo tudo: rock, blues, samba, soul, funk… O importante é ter sentimento. Se emocionar e emocionar o outro”, declara.

Mais que um Músico, um Contador de Histórias

Com mais de cinco décadas de estrada, Marcos Chuairi continua ativo, criativo e essencialmente apaixonado pela arte de tocar e compor. Em suas apresentações, seja nos palcos ou em estúdios, sua entrega é total. Ele não busca fama — busca conexão.

Hoje, além de seguir com Os Basílios, colabora com artistas independentes, participa de encontros musicais e projetos culturais que valorizam a música feita com verdade. Seu som é atemporal, e seu legado é o de um artista que nunca parou de criar, evoluir e emocionar.

Marcos Chuairi é mais que um músico. É uma alma que vibra em acordes.

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