O lançamento do documentário “Mestre Belini: O Choro do Cerrado” será realizado no dia 5 de julho no Cine Santa Tereza, em Belo Horizonte, e promete emocionar o público ao resgatar a rica história do músico Belini Alves de Andrade. Celebrando a vida e obra deste talentoso mestre do chorinho mineiro, o filme destaca a sua influência duradoura na música brasileira. Nascido em Abaeté, na região do Cerrado Mineiro, Belini migrou ainda jovem para Belo Horizonte, onde se desenvolveu como um dos compositores mais promissores do estado, assinando cerca de 600 músicas, sendo grande parte delas chorinhos.
A produção do documentário durou cerca de 10 meses, com gravação de mais de trinta depoimentos de intérpretes, compositores, arranjadores, familiares e amigos. Foram gravadas em vídeo onze músicas do Mestre Belini, com a participação de oito grupos de choro, desde a velha guarda até jovens alunos universitários. O projeto retrata a cena musical do chorinho em Belo Horizonte, com gravações em vídeo de grupos executando músicas do mestre em bares, praças, escolas de música e residências, ambientando o filme em locais diversos da capital mineira.
Mestre Belini Alves de Andrade viveu intensamente a música, deixando um legado considerável que influenciou tanto músicos contemporâneos quanto acadêmicos que estudaram seu estilo distintivo. O documentário, dirigido por Bellini Andrade, seu filho, por meio da sua produtora Espinha Audiovisual, tem como objetivo reacender a presença de Belini na cena cultural mineira. “É uma alegria poder compartilhar a genialidade do meu pai com o mundo e garantir que sua obra alcance as novas gerações,” afirma o diretor, ressaltando a importância de se preservar a memória de mestres como ele.
Um dos objetivos foi mostrar a trajetória musical de Belini desde a infância em sua terra natal, Abaeté, onde deu seus primeiros passos como intérprete e compositor, passando pela experiência como mestre de banda do Exército, músico de orquestras e grupos de choro até se tornar um dos compositores mais importantes do gênero no país.
Entre os mais de 30 depoentes do documentário, estão Acir Antão, radialista e jornalista da Rádio Itatiaia, Paulinho Pedra Azul, compositor, Maurílio Nunes, intérprete, Lucas Teles, professor da UFMG, Leonardo Barreto, professor da UFSJ Sílvio Carlos, músico, além de ex-companheiros da música e expoentes do choro mineiro. Acir Antão foi amigo pessoal de Belini e acompanhou sua trajetória musical desde sua juventude. O compositor Paulinho Pedra Azul foi acompanhado em turnê por Belini e seu grupo da época. Maurílio Nunes foi amigo pessoal do compositor e é grande conhecedor da obra e estilo de Belini. Leonardo Barreto fez sua dissertação de doutorado pela UFSJ sobre a importância da obra de Belini. Lucas Teles é professor de música da UFMG e fez arranjo para música de Belini interpretada pela Orquestra de Choro da UFMG, da qual é regente, com participação de cerca de 30 músicos instrumentistas.
A obra de Belini Alves de Andrade já foi tema de três dissertações acadêmicas. A tese de doutorado de Leonardo Barreto (UFSJ) e as teses de mestrado de Marcela Nunes (UFMG) foram sobre a obra do mestre Belini, além da tese de Marcos Flávio (UFMG) sobre o choro mineiro.
As dissertações acadêmicas retratam a importância e a complexidade da suas obra, com composições de diversos gêneros, que demandam estudo e habilidade para execução.
A intersetorialidade do Choro e do audiovisual
A história do choro em Belo Horizonte é profundamente enraizada na cultura brasileira, algo amplamente explorado no documentário. Com uma carreira honrada tanto no Exército quanto em grupos de orquestra e choro, Belini não apenas desempenhou um papel central no desenvolvimento da música na capital mineira, mas também inovou na forma como o choro era percebido e tocado. Através de suas composições, ele trouxe novos desafios técnicos e artísticos que até hoje são referência para músicos e estudiosos.
O documentário destaca a influência de Belini em músicos contemporâneos e nas performances de choro nascidas nas Minas Gerais. Ele reflete não apenas a vida musical, mas também a cultura urbana e tradicional que se entrelaçam na identidade de Minas Gerais. Esta homenagem a Belini reforça o compromisso de Belo Horizonte em proteger e celebrar seus patrimônios culturais. Preservar e promover a riqueza cultural de figuras como Mestre Belini Alves de Andrade é vital para a nossa história e para as futuras gerações, ressalta o diretor”.
Além de homenagear o ícone da música mineira, o projeto tem um papel crucial na promoção da intersetorialidade entre o audiovisual e a música em Belo Horizonte. Produzido no coração da cidade, o documentário envolve uma gama de profissionais, desde artistas e técnicos até produtores culturais. Com a obra, também se pretende atingir audiência diversa através de escolas, faculdades de música e plataformas digitais, perpetuando a relevância cultural e educacional de Belini.
Após o lançamento, o documentário poderá ser visto no canal de Youtube https://www.youtube.com/@
O projeto é realizado pela empresa Espinha Audiovisual, com argumento e direção de Bellini Andrade, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte, com patrocínio cultural do BDMG e do edital BH nas Telas/PBH, através da Lei Paulo Gustavo.